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Publicado em 30 de agosto de 2024 às 14:45
- Atualizado há um ano
Dos 9.760 candidatos que buscam assumir cargos eletivos no Espírito Santo nas Eleições 2024, 904 declaram à Justiça Eleitoral possuir dinheiro em espécie - ou seja, em cédulas ou moedas. Juntos, os concorrentes somam R$ 26.918.277,49 em dinheiro vivo e 65 deles declaram pelo menos R$ 100 mil em papel-moeda. >
Quem lidera a lista com a maior quantia declarada no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é o candidato a prefeito de Vitória do Avante, Du. Ele tem R$ 1,9 milhão em moeda nacional. O valor corresponde a aproximadamente 9,1% do patrimônio total do postulante, que declarou possuir quase R$ 20,8 milhões em bens.>
O empresário disse à reportagem de A Gazeta que se sente mais seguro diversificando as reservas em locais e formatos diferentes. “Tenho recursos em espécie declarados há mais de 30 anos. Empreender é correr riscos e eu diversifiquei meus riscos”, declarou.>
Com R$ 1,4 milhão em espécie registrado, Renzo Vasconcelos (PSD), candidato a prefeito de Colatina, é o segundo colocado na lista. O valor corresponde a quase 80% do total declarado por ele - R$ 1.825.979,84.>
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Em terceiro lugar aparece o candidato a vereador de Afonso Cláudio pelo União Brasil Vitorasse da Federal, que registra R$ 915 mil em espécie. A quantia corresponde a quase 47,8% do total declarado por ele, que afirma ter R$ 1,9 milhão em bens. O postulante possui R$ 475 mil em espécie a mais que o quarto da lista, o candidato do PL a prefeito de Linhares Maurinho Rossoni - ele declarou R$ 440 mil em papel-moeda.>
Já o candidato a vereador de Itaguaçu Japa (PL) é responsável pelo menor valor em dinheiro vivo declarado: o candidato possui R$ 74,73. Na declaração de bens - obrigatória para todos que querem concorrer a um cargo nas eleições municipais - o postulante à vaga na Câmara Municipal descreve que a quantia está guardada em um cofrinho.>
Além de Japa, outros 808 candidatos a vereador declaram possuir dinheiro em espécie. Já os que disputam o cargo de vice-prefeito com dinheiro vivo somam 41 e os que buscam assumir prefeituras capixabas, 54.>
Entre os concorrentes que têm mais de R$ 100 mil em dinheiro vivo, 41 buscam se eleger vereadores, 7 vice-prefeitos e 17 querem ocupar o cargo máximo do Executivo municipal. >
O partido que mais possui filiados nesta lista de 65 candidatos é o PSB: são 11. Em segundo lugar está o PP, com 9. Em seguida aparecem MDB, Podemos, União Brasil e PSD com 6 filiados cada. O PL ocupa 5 lugares na lista e o Republicanos, 4. PDT, DC e PSDB têm 2 filiados com mais de R$ 100 mil em espécie e PRD, PV, PRTB, Mobiliza, Avante e Agir têm 1, cada.>
Do total que declarou quantia em espécie, seis candidatos cometeram erros ao registrar os valores: o dinheiro vivo em moeda nacional estava declarado no campo “moeda estrangeira”. Em Dores do Rio Preto, os casos são dos postulantes a vice-prefeito e vereador, respectivamente, Carloman (União Brasil) e Eclair Lopes (PSB). >
Os demais candidatos que cometeram o mesmo erro buscam ser vereadores em Rio Bananal - Edina Conti (MDB) e Moacir Pinheiro (MDB); em Bom Jesus do Norte - Tiquinho (Podemos) - e em Barra de São Francisco - Israelle Cândido (PSB).>
O economista e professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV/EAESP) Renan Pieri explica que muitas pessoas optam pelo dinheiro vivo por causa da liquidez (facilidade de acesso sem perda de valor) que ele oferece. >
“Liquidez é um ativo importante para quem precisa ter caixa para operações diárias. Hoje em dia é mais fácil mexer em contas, fazer transferências, mas a depender do setor em que a pessoa opera, principalmente no comércio e no serviço, ela pode acabar recebendo um pagamento e também acaba utilizando esse dinheiro para pagar fornecedores, funcionários. Então, ainda é muito usual, principalmente fora dos grandes centros, o uso do dinheiro em espécie para meio de troca e também como reserva de valor”, argumenta o professor.>
No entanto, a escolha também tem desvantagens, visto que, além do perigo de perder a quantia, seja por causa de furtos, roubos ou até mesmo acidentes, o valor deixa de render.>
“O lado negativo de manter dinheiro em espécie é não receber juros. Com a inflação, o dinheiro vai perdendo valor ao longo do tempo. Se a quantia não for aplicada em algum investimento, a pessoa vai empobrecer. Então, quem mantém um volume de recursos em espécie deve fazê-lo apenas para um percentual pequeno do seu patrimônio”, esclarece Pieri.>
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