> >
Coronavírus e eleição: sem corpo a corpo, pré-campanha se intensifica nas redes

Coronavírus e eleição: sem corpo a corpo, pré-campanha se intensifica nas redes

Para especialistas, candidatos terão que investir mais nas redes sociais e aplicativos de mensagens. Cenário fica mais difícil para caras novas

Publicado em 6 de abril de 2020 às 20:09

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Firmas estão sendo investigadas pela denúncia de participação em ações de disparo em massa na plataforma Whatsapp nas eleições de 2018
Sem poder ir às ruas, pré-candidatos estão focando a pré-campanha nas redes sociais e em aplicativos de mensagens. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Se não fosse a pandemia do novo coronavírus, os pré-candidatos a prefeito e a vereador poderiam ir às ruas para se apresentar ao eleitorado e mostrar ideias, ainda que não possam pedir votos. Isso, só na campanha oficial, que começa em agosto.

O “corpo a corpo”, como é chamado pelos especialistas, é uma fase importante da pré-campanha, onde o eleitor começa a analisar seus possíveis candidatos. Contudo, para os especialistas, em tempos de isolamento social o “corpo a corpo” vira o “curtida a curtida” e as redes sociais devem assumir o papel de aproximar os políticos de seu eleitorado.

Com o foco das autoridades voltado a medidas para minimizar os efeitos do coronavírus, a possibilidade de adiamento das eleições está ainda longe de ser prioridade, ainda que já esteja em debate. Nesta semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou que “ainda há plenas condições materiais de cumprimento do calendário eleitoral, apesar da crise”.

O consultor em marketing político Darlan Campos avalia que o tema deve começar a ser analisado com mais atenção no fim de maio, quando se tiver uma noção maior dos impactos do coronavírus. Ainda assim, candidatos já estão mudando a estratégia e, a exemplo de outros anos, a campanha digital, em redes sociais e aplicativos de mensagens, deve crescer ainda mais.

"Uma das principais características das eleições municipais é que ela é muito próxima do eleitor. Geralmente, muitos eleitores votam em quem conhecem, um amigo, um vizinho ou um familiar. O impacto do corpo a corpo é maior do que em eleições gerais, para deputados, senadores, governador e presidente. Exige uma presença muito maior nas comunidades", diz Campos.

O economista e diretor do Instituto Futura José Luiz Orrico acredita que a impossibilidade de se ir às ruas, pelo menos neste primeiro momento, traz uma vantagem para candidatos à reeleição, tanto para vereadores quanto para prefeitos. Para ele, como é uma crise em que o Estado está tendo que trabalhar mais para conter o avanço da pandemia, quem está na máquina pública tem a imagem melhor avaliada.

"As pesquisas que fazemos mostram que a maioria da população tem apoiado as medidas impostas para conter a crise. Prefeitos que podem ser reeleitos podem sair na frente, assim como vereadores. É bom lembrar que na Grande Vitória, Serra, Cariacica e Vitória não terão reeleição. Aí o jeito vai ser se comunicar virtualmente mesmo. De qualquer forma, será uma eleição difícil para caras novas", analisa.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais