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Publicado em 27 de maio de 2022 às 19:59
- Atualizado há 4 anos
Foi preso nesta quinta-feira (26) um homem de 40 anos, suspeito de matar o marido da amante, na madrugada do mesmo dia, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo. A Polícia Civil informou que chegou até ele após outra mulher — ex-companheira dele — ir à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar agressões e ameaças que estava sofrendo. Ele foi localizado em uma obra, no bairro Novo Horizonte.>
Segundo a Polícia Civil, o homem invadiu a casa onde a amante — uma jovem de 24 anos — morava com o companheiro de 30 anos e a filha dela, no bairro Litorâneo. A vítima dormia na sala e a mulher e a criança estavam no quarto no momento do crime. >
Aos policiais, a mulher disse que ouviu um barulho e viu o momento em que três homens encapuzados arrombaram a janela e entraram na residência. Os criminosos teriam mandado que ela saísse de casa com a filha e efetuaram três disparos de arma de fogo contra o marido dela.>
A irmã do homem assassinado informou para os policiais militares que um homem que teria tido um relacionamento com a cunhada teria ameaçado a família, afirmando que, ao sair da cadeia, iria matar toda e qualquer pessoa que tivesse se envolvido com ela. >
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A Polícia Civil conseguiu chegar até o homem quando a ex-companheira do suspeito, de 39 anos, compareceu à Deam de São Mateus informando que o ex-marido a havia agredido fisicamente e cortado o cabelo dela, além de ter colocado uma arma de fogo em direção à cabeça dela.>
Segundo a vítima, as agressões só tiveram fim quando o autor fugiu ao saber que a Polícia Militar estava a caminho da residência. Enquanto a mulher era atendida na delegacia, o homem passou a ligar incessantemente para ela. >
Em depoimento, ela relatou que vivia uma relação extremamente conturbada com o suspeito, tendo sido agredida várias vezes. “O suspeito tem passagens pela Justiça desde 2013, além de registros de ameaças e de agressões contra ex-companheira desde 2015”, afirmou a titular da Deam de São Mateus, delegada Gabriella Zaché.>
Com medo de ser morta, a vítima passou o dia na delegacia e se recusou a ir para a Casa Abrigo, pois não poderia levar seu filho de junto com ela. >
“O homem foi autuado pelos crimes de lesão corporal qualificada na forma da Lei Maria da Penha, ameaça, porte ilegal de arma de fogo e por perseguir alguém reiteradamente, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica e restringindo-lhe a capacidade de locomoção, invadindo ou perturbando a esfera de liberdade ou privacidade da pessoa. O suspeito foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Mateus”, complementou a delegada.>
A advogada Camilla Tonini, que faz a defesa da mulher agredida, informou que a vítima não foi de espontânea vontade à delegacia, mas sim convocada para comparecer ao local para maiores esclarecimentos a respeito de agressões que sofreu em 20 de maio, quando o ex-marido teria invadido a residência dela.>
Segundo a defesa, a vítima realmente se recusou a deixar a delegacia e ir para o abrigo, como foi informado pela PC, mas reforça que as informações das agressões repassadas aos policiais não colaboraram com a prisão do ex-marido em relação ao homicídio, "sendo estes fatos totalmente isolados e que, coincidentemente, ocorreram na mesma data", enfatizou Camilla Tonini, em nota.>
O que diz a defesa da mulher que denunciou agressão
No dia 26/05/2022, minha cliente recebeu uma ligação da PCES convocando-a para
comparecimento à delegacia para maiores esclarecimentos a respeito da
ocorrência do dia 20/05/2022, data em que seu ex-marido teria invadido
sua residência e a agredido física e verbalmente, após uma discussão.
Durante sua permanência na delegacia, diversas vezes minha cliente
manifestou seu desejo de retornar para o trabalho, porém os policiais
temiam por sua segurança e a mantiveram sob vigilância e supervisão,
inclusive, orientando-a, ainda, que todas as ligações que recebesse em seu
telefone celular particular fossem atendidas em viva-voz.
Posteriormente, também foi sugerido pela PCES que minha cliente fosse
transferida para um abrigo, que, em razão de seu filho e seu cachorro se
encontrarem sozinhos em casa e necessitarem de seus cuidados, não
aceitou tal sugestão.
Minha cliente declara acreditar que estes fatos ocorreram devido às
investigações em andamento sobre o homicídio supracitado em que
supostamente também envolveria seu ex-marido.
Reforça, também, que os fatos do dia 26/05/2022 não possuem nenhum
tipo de correlação ou resulta em qualquer tipo de colaboração para com a
PCES sobre as investigações a respeito do homicídio de Vinícius Rodrigues,
sendo estes fatos totalmente isolados e que, coincidentemente, ocorreram
na mesma data.
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