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Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 17:34
Uma adolescente de 16 anos viveu dias de angústia e muito medo após terminar o relacionamento com um jovem, de 19 anos. Como não aceitou o fim do namoro, o suspeito passou a ameaçar a vítima para ter relações sexuais com ele ou, então, iria divulgar um vídeo íntimo gravado sem a vítima saber. A prática, segundo a Polícia Civil, é conhecida como “sextorsão”. >
Ele acabou preso no dia 3 de fevereiro em Vitória. Os nomes dos envolvidos e o município onde ocorreu o crime não serão divulgados para preservar a identidade da vítima, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad)>
Segundo a adjunta da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegada Gabriela Enne, a adolescente se relacionou com o jovem por quase dois anos. Desde o começo, ele se mostrou agressivo e controlador. >
“Com o passar do tempo, ela tentava terminar esse relacionamento, ele não permitia. Chegou a invadir a escola onde a garota estudava, pular o muro para agredir pessoas que ele achava que ela estava se envolvendo”, contou a delegada.>
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O suspeito ainda tirava fotos quando a adolescente estava em outros locais e enviava para ela e assim demonstrar que sabia onde os locais que a vítima frequentava. >
Semanas antes da prisão, o jovem passou a aparecer por, pelo menos, três vezes ao dia no estágio da adolescente – praticando crime de stalking, segundo a Polícia Civil.>
“Ele também passou a encaminhar diversas mensagens com fotos de arma, ameaçando a mãe dela, dizendo que se ela não continuasse no relacionamento, iria matá-la”, relatou a adjunta do DPCA.>
A delegada Gabriela Enne relatou que o suspeito enviava mensagens “assustadoras” para a menor de idade. Em uma delas, ele chegou a dizer sentir prazer ao ver notícias em jornais sobre mulheres mortas e que a adolescente também “iria virar estatística”.>
“Ele dizia ‘juro que vou te matar. Você vai fazer tudo o que quero ou vou esfolar seu rosto no asfalto’. E mandava foto do lugar onde a jovem estava, por exemplo” disse.>
A adolescente decidiu dar um basta no relacionamento e não cedeu as ameaças dele. A partir desse momento, um novo tormento começou na vida da menor de idade. O jovem gravou um vídeo íntimo, sem ela saber, e passou a usar essas imagens para obrigá-la a manter relações sexuais com ele.>
“Ele começou a aparecer na casa dela, no momento que quisesse, para poder ter relação sexual mesmo terminados, sob pena de divulgação desse vídeo”, explicou a delegada Gabriela Enne.>
Gabriela Enne
DelegadaNão suportando mais tudo que estava acontecendo, a menor de idade decidiu contar para a mãe e a genitora foi até a polícia e denunciou o suspeito. >
O suspeito já tinha passagem pela polícia ao ser preso portando uma submetralhadora. Além da prisão preventiva, a Justiça atendeu o pedido de medida protetiva. Na delegacia, confessou todos os crimes.>
Ele vai responder por estupro qualificado, lesão corporal qualificada, stalking, furto (ele chegou a pegar o telefone da vítima) e crimes do Estatuto da Criança e do Adolescente, tendo em vista que ele fez e armazenou imagens de conteúdo sexual da menor de idade. >
Somente em janeiro deste ano, a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), deu cumprimento a nove mandados de prisão contra suspeitos de crimes cometidos contra crianças e adolescentes na Grande Vitória.>
Segundo o adjunto da DPCA, delegado Leonardo Vanaz, dessas prisões, oito são relacionadas a crimes sexuais e um de violência doméstica.>
“Grande parte das vítimas são do sexo feminino e o que chama atenção é que grande parte dos investigados eram pessoas do círculo de convivência das vítimas. O que confirma o diagnóstico de que em crimes sexuais contra crianças e adolescentes, os indivíduos que cometem esses crimes, geralmente são pessoas que, em tese, seriam de confiança e acabam se aproveitando para cometer esses crimes” disse o delegado Leonardo Vanaz. >
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