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Serial Killer que matava em SP e no ES é achado morto em Guarapari

Serial Killer que matava em SP e no ES é achado morto em Guarapari

Paulo José Lisboa já ficou preso em São Paulo por matar prostitutas e travestis estranguladas com correntes, e no Espírito Santo, por seis homicídios e duas tentativas. Ele estava solto desde 2017

Publicado em 4 de fevereiro de 2022 às 22:05

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Paulo José Lisboa, conhecido como o "maníaco da corrente", foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira (4), dentro da residência em que morava com a companheira, no bairro Itapebussu, em Guarapari. Segundo informações que constam no boletim de ocorrência da Polícia Militar, policiais foram ao local e, em contato com a mulher, souberam que ela havia passado dias fora de casa e que, ao retornar, precisou que um chaveiro abrisse a porta. Quando entrou no imóvel, viu o companheiro já sem vida, em cima da cama.

Serial Killer no ES
Paulo José Lisboa era conhecido como "maníaco das correntes". (Arquivo | A Gazeta)

Ainda de acordo com as informações da PM, o corpo do homem já se encontrava em estado de decomposição. A princípio, um médico do Samu afirmou que a morte seria tratada como em decorrência de causas naturais, que será confirmada posteriormente por autópsia a ser realizada no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória.

A Polícia Civil esteve no local e recolheu o corpo para o DML. A Polícia Militar foi informada pela companheira e por vizinhos de Paulo que ele seria de fato o assassino em série conhecido pela prática de crimes no Estado de São Paulo, já tendo inclusive sido preso no Espírito Santo.

Serial killer
Casa onde corpo de Paulo José Lisboa foi encontrado. (Caíque Verli)

À reportagem, a PM enviou nota informando que, na manhã desta sexta-feira, o Ciodes recebeu a informação de que havia um corpo em estado avançado de decomposição no interior de uma residência no bairro Itapebussu, em Guarapari. No local, um vizinho relatou que não via a vítima desde a última segunda-feira (31) e que a esposa do homem estava em Vila Velha há 15 dias e, ao retornar para casa, encontrou o marido morto. 

Também demandada, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado como encontro de cadáver. O corpo da vítima foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para ser identificado e para ser feito o exame cadavérico. Apenas após os exames será possível confirmar a causa da morte. A assessoria não tem autorização de passar informações sobre identificação e liberação de corpos, essas informações só são passadas com autorização das famílias das vítimas.

RELEMBRE PRISÃO DE PAULO JOSÉ LISBOA

Ainda em 16 de setembro de 2008 era preso Paulo José Lisboa, à época aos 41 anos de idade. O criminoso estava foragido desde 1998 da Justiça de São Paulo e foi detido em Vitória, no momento em que trabalhava como vendedor.

Pela Justiça capixaba, ele também foi condenado por homicídios, após inquérito policial que concluiu a participação em seis assassinatos e pelo menos duas tentativas de morte, todos os crimes cometidos na Grande Vitória. Segundo informações da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Paulo foi liberado da prisão, por decisão judicial, em julho de 2017.

Ele era conhecido pelos paulistas como "maníaco da corrente", segundo noticiou A Gazeta no ano da prisão do criminoso, e atuava matando prostitutas e travestis. No Estado de São Paulo, o assassino em série foi condenado pela morte de cinco pessoas e espancamento de outras seis, usando uma trava para carros para estrangular as vítimas.

O serial killer ficou foragido após ter cumprido aproximadamente cinco anos de uma pena de 14 anos, no Presídio da Paulistana, no Departamento de Investigação Gerais (DIG) e no Hospital de Custódia e Tratamento de Franco da Rocha, em São Paulo. Desde então, ele passou a morar em uma casa em Guarapari.

Os vizinhos pouco sabiam do passado de Paulo. Após a fuga, ele pretendia ir para a Bahia, mas acabou se apaixonando pelo litoral capixaba e aqui decidiu fixar residência. A prisão dele só aconteceu porque policiais de São Paulo receberam informações de que ele estaria no Espírito Santo. Seis meses antes de ser preso, a Polícia Civil capixaba começou as investigações. Já em maio, teve mandado de prisão expedido pela 1ª Vara Criminal de Guarapari, acusado de uma tentativa de homicídio ocorrida no Dia das Mães, em Muquiçaba.

Quando os policiais foram ao endereço dele em Guarapari, o suspeito já havia se mudado para Vitória, onde passou a morar em uma casa na Vila Rubim. As investigações continuaram, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, já que ele fazia o trajeto entre Vitória e Guarapari com frequência.

No momento da prisão do homicida, ele não esboçou reação à abordagem. Segundo o delegado Gilson Lopes, chefe do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vitória à época, ele demonstrou frieza durante todo o tempo. A partir daí passou também a ser interrogado sobre crimes no Estado, em que as vítimas, prostitutas, foram mortas por enforcamento e espancamento, semelhante à forma como ele costumava agir.

O criminoso tratava calmamente sobre os crimes que havia praticado em São Paulo, dando detalhes sobre a forma como agia e por que fugiu para o Espírito Santo, em 1998. Sem aparentar ter se abalado com a prisão, que ocorreu três dias antes de vencimento do prazo do mandado de prisão da Justiça paulistana, ele disse que cumpriria a pena que lhe foi aplicada, pois deixou a vida do crime “para ser uma pessoa dedicada à família”.

Em depoimentos, Paulo dizia que não tinha intenção de matar as vítimas, que buscava, na verdade, convidá-las para programas e depois agredi-las. Também disse que aquele tinha sido um período de loucura na vida dele e que não tinha nada contra garotas de programa ou travestis, mas que eles eram alvos mais fáceis.

Quanto aos detalhes, ele narrou que levava as vítimas de carro até um local ermo. Estando lá, falava com a pessoa para sair do carro e aí iniciava as agressões com a trava de segurança do carro ou com uma faca, por vezes. Quando a vítima ficava inconsciente, ele simplesmente ia embora.

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