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Sargento da reserva da PM é preso após agredir companheira em Vitória

Sargento da reserva da PM é preso após agredir companheira em Vitória

Segundo a vítima, a revolta do militar aconteceu quando ela decidiu convidar o filho dela para um almoço neste domingo, com a família, em uma churrascaria

Publicado em 2 de julho de 2022 às 15:58

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Viatura da Polícia Militar
Viatura da Polícia Militar. (Fernando Madeira)

Uma designer de bijuterias de 52 anos foi agredida na noite de sexta-feira (1º) por seu companheiro, um sargento da reserva da Polícia Militar, de 54 anos. O militar foi detido após a agressão com base na Lei Maria da Penha. O caso ocorreu no bairro Maria Ortiz, em Vitória

Uma fiança no valor de um salário mínimo foi estabelecida em audiência de custódia realizada no plantão do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), na tarde deste sábado (2). Após o pagamento, ele poderá ser solto. Para preservar a vítima, o nome do militar não está sendo divulgado na matéria.

Na decisão, assinada pelo juiz Carlos Henrique C. de A. Pinto, é informado que a vítima relatou que ela e o militar estavam em casa, bebendo cerveja, quando ela sugeriu chamar o filho para almoçar no final de semana. O militar não é pai do jovem, de 26 anos.

Foi neste momento que o sargento disse que não queria ver o jovem. “Ele é um vagabundo maconheiro”, disse, o que iniciou a discussão entre o casal, que culminou com  o sargento desferindo tapas no rosto da mulher e, em seguida, agarrou seu pescoço, braços e puxou seu cabelo, bem como a xingou de “vagabunda” e “ordinária”.

Temendo pelo pior, a designer decidiu acionar a polícia. O sargento foi preso e conduzido a uma delegacia, onde foi autuado em flagrante. Ela foi encaminhada ao Departamento Médico Legal (DML) para exames de corpo de delito.

AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

Em audiência de custódia realizada neste sábado (2), a prisão foi convertida para preventiva, e foi decidido que ele pode ser posto em liberdade mediante o cumprimento de algumas medidas cautelares. São elas:

  • Proibição de sair da cidade sem prévia autorização da Justiça;
  • Comparecimento em juízo;
  • Proibição de frequentar bares, boates, prostíbulos e assemelhados;
  • Recolhimento domiciliar de 20h às 6h;
  • Proibição de frequentar de manter contato com a vítima;
  • Pagamento de fiança de um salário mínimo. 

Foi estabelecido ainda, por decisão do juiz, que o militar deve ser encaminhado a Centro de Atendimento Psicossocial (CAPs) de Vitória para atendimento referente a alcoolismo.

Caso o sargento descumpra qualquer condição imposta pela Justiça, poderá ter decretada sua prisão preventiva. A reportagem demandou as polícias Civil e Militar, questionando se o militar pagou a fiança e foi solto.

Por meio de nota, a PM informou que, na noite desta última sexta-feira (1º), a Polícia Militar foi acionada e prosseguiu até uma residência no bairro Maria Ortiz, onde uma mulher de 52 anos relatou que durante uma discussão com seu marido, um policial militar da reserva, por causa do filho dela que seria usuário de entorpecentes, ela teria sido agredida pelo homem. As partes foram encaminhadas ao Plantão Especializado da Mulher. 

A Polícia Civil disse que o conduzido foi autuado em flagrante pelo crime de lesão corporal qualificada e foi encaminhado ao Presídio Militar. As corporações não informaram se o militar foi solto. 

“NÃO ACONTECERÁ MAIS”, DIZ VÍTIMA

Na tarde deste sábado, a designer de 52 anos contou que há dez anos mantinha um relacionamento com o sargento. “Era um bom relacionamento, mas ele nunca gostou do meu filho. Ele sempre disse que não queria ter filhos”, relata.

A revolta do militar aconteceu quando ela decidiu convidar o filho para um almoço neste domingo, com a família, em uma churrascaria. “Tive uma boa venda de bijuterias e queria comemorar. Ele não aceitou, xingou meu filho e me agrediu”, diz.

Ela conta que o filho mora em Vila Velha e tem uma vida independente. "Há um ano e meio, desde que vim morar em Maria Ortiz, meu filho não me visita. Minha intenção era reunir a família”, conta.

Ela  acrescenta que seu filho é usuário de maconha. “A gente não manda no vício das pessoas, não é uma situação que vá se resolver na marra”, pondera a mãe.

Após a agressão, ela diz que quer distância do sargento. “Foi humilhante. Não quero mais me relacionar com ele. Foi a primeira e última agressão”, assinala.

Destaca que acompanha com muita atenção os relatos de agressão contra mulheres, que nunca imaginou que ela também seria uma vítima, e que não vai permitir que possa ser alvo de uma violência ainda maior.

“Sou uma mulher com independência financeira e tenho apoio de amigos e da minha família. Quero seguir em frente com a minha vida”, conta, informando que pretende até mudar de casa.

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