Publicado em 21 de maio de 2020 às 17:32
Nesta sexta-feira (22) completa um ano desde o acidente na Terceira Ponte que ocasionou a morte do jovem casal Kelvin Gonçalves dos Santos, de 23 anos, e Brunielli Oliveira, de 17 anos. O advogado Ivomar Rodrigues Gomes Junior, de 35 anos, e o estudante de engenharia Oswaldo Venturini Neto, de 23 anos, réus no processo judicial, que dirigiam os veículos Audi A1 e Toyota Etios, em alta velocidade, provocando colisão com a moto das vítimas, permanecem em liberdade. >
Para Jucélia Carolina Alves de Oliveira, auxiliar de serviços gerais e mãe de Brunielli, ficam a tristeza e a sensação de impunidade. "Sinto que nesse tempo não fizeram nada. Os acusados ficaram meses presos e já foram soltos, a Justiça não foi feita. Estamos aguardando uma audiência para que sejam punidos. Isso tudo foi muito grave e não pode passar batido, não pode ser mais um caso no esquecimento. Já existem provas, eles devem pagar pelo que fizeram", desabafou.>
"Me sinto como se eu fosse ninguém. Eles não têm sentimento pela dor que venho sentindo e vou carregar pela vida toda, vou chorar até o último dia da minha vida, porque minha filha não volta mais. Ela tinha 17 anos e não aproveitou nada".>
Procurada pela reportagem, a mãe de Kelvin não foi encontrada até o momento desta publicação. >
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De acordo com o advogado das famílias das vítimas, e assistente à acusação no processo judicial, Siderson Vitorino, o momento é de grande expectativa pelas audiências de instrução. "O processo aguarda a marcação das audiências de instrução, para oitiva das testemunhas de acusação e de defesa. Nesse sentido, a expectativa é muito grande. Nós fizemos uma requisição de serem ouvidos os atendentes do Samu e os da Rodosol, que bloquearam a pista no dia do acidente e viram o que realmente aconteceu, isso já foi autorizado pelo juiz", iniciou. >
Segundo ele, o testemunho de equipes que trabalharam no atendimento à ocorrência, que tiveram o primeiro contato com os acusados, é fundamental para indicar o estado de embriaguez e o estado emocional dos réus. >
De acordo com o advogado Ludgero Liberato, que faz a defesa do estudante de engenharia, Oswaldo continua à disposição da Justiça, para esclarecimentos que serão feitos em momento oportuno. "A última decisão importante no processo foi a de que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou a possibilidade deste caso ser tratado como homicídio qualificado, determinando que será julgado como homicídio simples. Nós estamos aguardando a realização da audiência de instrução, que ocorrerá após o Judiciário retornar aos trabalhos, então as testemunhas serão ouvidas e as provas periciais serão produzidas", afirmou. >
As penas, no caso de homicídio simples, podem variar entre 6 e 20 anos de reclusão, enquanto para o homicídio qualificado, poderia variar entre 12 e 30 anos. >
No mesmo sentido, Jorge de Britto, advogado de Ivomar, afirmou aguardar decisão do juiz e marcação de uma audiência. De acordo com ele, com a revogação da prisão do Réu, o juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória suspendeu a realização de uma audiência, para a qual ainda não há nova data. "Ivomar é advogado e tinha tido carteira da OAB suspensa por 6 meses, mas já voltou a trabalhar desde a revogação da prisão, que ocorreu em novembro", disse.>
Segundo consta do processo judicial, em decisão do dia 03 de outubro de 2019, do magistrado Marcos Pereira Sanches, a audiência de instrução que já havia sido marcada para os dias 6 e 7 de novembro daquele ano, foi suspensa, uma vez que não haveria mais a urgência que se impõe à existência de réus presos. >
Nas palavras do juiz: "Considerando que os acusados se encontram soltos, conforme decisão do C. STJ, suspendo a audiência de instrução e julgamento designada às fls. 750/753, tendo em vista a necessidade de ser designada audiência em processo de réu preso, que, por força de lei, ostenta prioridade de tramitação".>
Kelvin e Brunielli estavam em uma moto quando foram atingidos por um carro que, segundo a polícia, disputava um racha na Terceira Ponte, em maio de 2019. O laudo da perícia realizado no Audi veículo que atingiu a moto apontou que o excesso de velocidade do motorista do carro foi determinante para a morte do casal. >
A polícia afirma que o racha era disputado pelo advogado Ivomar Rodrigues Gomesm, que dirigia o Audi, com o universitário Oswaldo Venturini Neto, que conduzia um Ethios. De acordo com a perícia, os dois motoristas estavam a 150 km/h na ponte e tinham ingerido bebidas alcoólicas. >
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