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Publicado em 18 de setembro de 2025 às 11:58
A morte de Luciano de Souza Andrade, de 41 anos, terceirizado da EDP atingido por uma bala perdida enquanto estava trabalhando no alto de um poste em Zumbi dos Palmares, Vila Velha, indignou muita gente. O crime, ocorrido em julho deste ano, aconteceu em meio a uma disputa entre facções rivais do tráfico de drogas. A Polícia Civil divulgou nesta quinta-feira (18) os nomes dos seis envolvidos no caso — dois executores e quatro mandantes — e pediu ajuda da população com denúncias para localizar os cinco que estão foragidos.>
As investigações apontaram que o ataque foi orquestrado por integrantes do Primeiro Comando de Vitória (PCV), que querem tomar a região de Zumbi dos Palmares, comandada pelo Terceiro Comando Puro (TCP). No dia 10 de julho, João Victor de Oliveira Moura e Gustavo Roberto de Oliveira, conhecido como Gelado, foram até a área e abriram fogo na direção de um carro que eles acreditavam ser dos rivais. Acontece que um dos disparos atingiu o abdômen de Luciano. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. >
No dia seguinte, a Guarda Municipal prendeu Gelado, que estava com outros três comparsas em um veículo clonado perto de onde o crime aconteceu. A Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha continuou com as investigações e conseguiu identificar outros cinco envolvidos.>
Dos seis suspeitos identificados pela Polícia Civil, cinco seguem foragidos. Veja abaixo quem é quem e qual a atuação deles na morte de Luciano:>
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Quem tiver informações sobre eles pode ajudar por meio do Disque-Denúncia, no telefone 181, ou pelo site disquedenuncia181.es.gov.br.>
Nas redes sociais, um integrante do PCV publicou uma imagem com os Irmãos Metralha, personagens de ficção que representam uma família de ladrões, apontando para as áreas que ainda não eram dominadas pela facção. Na legenda, ele escreveu: "Pula enquanto o muro está baixo", um aviso para os rivais, do TCP, "mudarem de lado".>
Na imagem, em volta dos Irmãos Metralha há várias regiões com bandeiras vermelhas, indicando que são controladas pelo PCV, como Rosental de Oliveira, Ilha da Conceição e Ilha das Flores. Os personagens "miram" nas áreas rivais, incluindo a que houve o ataque que matou Luciano: ZP (Zumbi dos Palmares). As outras são SB (Rua Sebastião Inácio, que corta os bairros Ilha da Conceição, Primeiro de Maio e Santa Rita), Vala (trecho entre Santa Rita e Primeiro de Maio) e QG (perto da Rua Sebastião Inácio, onde Sophia Vial da Silva, de 15 anos, e a manicure Andrezza da Silva Conceição, de 31, foram mortas durante um ataque em agosto deste ano).>
Luciano era diácono e frequentador assíduo da Igreja Assembleia de Deus Ágape, onde foi velado. Ele estava fazendo curso para se tornar pastor, mas já pregava.>
Descrito como uma pessoa tranquila, Luciano era muito conhecido e querido no bairro Primeiro de Maio, onde morava com a família desde os anos 2000. “A gente nunca deu problema para ninguém. Não somos envolvidos com tráfico, nem com nada errado. Ele era trabalhador, pastor, ajudava todo mundo. Era aquele tipo de pessoa que todo mundo gostava", desabafou um familiar no dia do crime. Além da esposa, Luciano deixou uma filha, na época com 10 anos.>
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