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Policiais detidos em Vila Velha estavam afastados por problemas de saúde

Policiais detidos em Vila Velha estavam afastados por problemas de saúde

Os dois militares estavam acompanhados de um delegado da Polícia Civil quando foram encontrados com drogas

Publicado em 28 de maio de 2020 às 15:47

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Tabletes de maconha foram encontrados em sacola
Tabletes de maconha foram encontrados em sacola. (Divulgação/ Polícia Civil)

Os dois policiais militares que foram detidos e conduzidos para a Delegacia Regional de Vila Velha, na noite desta quarta-feira (27), estavam afastados do cargo, sendo um por problema psiquiátrico e outro por questão ortopédica. A informação foi passada pelo secretário de Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (28).

Os policiais que foram encaminhados para a delegacia são Juliano Araújo dos Santos e Cleyton Correia Gavi. Com eles estava o delegado da Polícia Civil de Piúma, David de Santana Gomes. Eles foram liberados após prestarem depoimento.

O secretário não soube esclarecer qual militar estava afastado por problemas psiquiátricos e qual por questões ortopédicas e nem quando venceriam esses afastamentos.

No início da noite da quarta-feira (27), a Polícia Militar, via 190, foi acionada por um morador do bairro Morada do Sol, em Vila Velha, alegando que havia uma residência sendo arrombada. Quando a Guarnição chegou ao local , se deparou com os três policiais saindo da casa com uma sacola. Ao proceder a abordagem, foi constatado que a sacola continha entorpecentes. 

Os três disseram que estavam na residência para prender um traficante, mas o delegado não atua na Grande Vitória, e sim em Piúma, litoral Sul do Estado. Além disso, os dois militares, que acompanhavam o delegado, estão afastados da corporação.

A operação também não era do conhecimento das chefias da Polícia Militar e da Polícia Civil. Com os envolvidos foram encontrados dez tabletes de maconha. Ao fazerem uma busca na residência, os policiais encontraram outros sete tabletes.

INVESTIGAÇÃO 

O secretário afirmou que após os três serem levados para a Regional de Vila Velha, ele tomou conhecimento do caso por intermédio do delegado-geral da Policiai Civil e o do  comandante-geral da Polícia Militar. Devido às circunstâncias, as corregedorias da Polícias Militar e Civil também passaram a atuar. As investigações levam de 30 a 45 dias.

Segundo o secretário, em depoimento o delegado disse que as diligências que estava monitorando era relativo ao tráfico de entorpecentes de um caso que estava acompanhando. Ao receber uma informação de que havia uma quantidade de drogas na casa, ele foi para o local. 

Segundo o delegado, ele tentou contato com a Polícia Civil de Piúma, mas ao se encontrar já próximo a Vila Velha, acionou pessoas conhecidas por ele da Polícia Militar.

“Não podemos fazer nenhum juízo de valor nesse momento, apenas colher as informações para que a verdade no final de tudo prevaleça. Muitas das dúvidas que a sociedade tiver vão acabar fazendo parte das dúvidas que nós também temos. Por isso, a importância da apuração, o que posso adiantar é que todo processo será apurado com o máximo de lisura, com interesse público, de respeito as instituições respeitando todo o ordenamento jurídico existente”, afirmou o secretário. 

QUESTIONAMENTOS

Durante a coletiva de imprensa, a reportagem faz alguns questionamentos sobre as circunstâncias envolvendo o delegado e os militares. Algumas delas foram: 

  • Quem morava na casa?
  • Quem era o traficante procurado? 
  • Quem era o dono da casa? 
  • Qual era a investigação?
  • O policial com problemas psiquiátricos poderia estar armado?
  • Por que os policiais afastados estavam trabalhando naquela ocorrência? Isso pode ocorrer?
  • O delegado pode fazer diligência em outro município?
  • Uma operação pode ser feita sem avisar aos superiores?

Para essas perguntas, o secretário respondeu apenas que a casa onde os policiais foram encontrados pertence ao irmão de um capitão da Polícia Militar, mas que a residência estava alugada para terceiros. Outros detalhes ainda estariam em apuração. 

Além disso, o secretário afirmou que um policial com licença por problemas psiquiátricos pode trabalhar armado se a Polícia Militar e o médico avaliarem que não haveria problema. No entanto, irá apurar a situação específica do policial envolvido na ocorrência. 

Ramalho  também esclareceu que um policial civil pode fazer diligência em outros municípios desde que tenha ligação com um caso dele e também poderia, numa situação emergencial, ir sem autorização dos superiores.

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