Publicado em 28 de outubro de 2020 às 12:45
O tenente da reserva da Polícia Militar, preso em uma operação da Polícia Civil, era o responsável por armazenar e realizar entregas da droga para um empresário de 40 anos, dono de uma distribuidora de bebidas, responsável pela compra e venda dos entorpecentes. Os dois, e também uma enteada do militar, de 30 anos, foram presos nesta terça-feira (27) em uma ação da Delegacia Especializada de Narcóticos (Denarc). Durante a operação, foram apreendidos 230 quilos de maconha na casa do tenente. >
A Polícia Militar não informou, mas a reportagem de A Gazeta apurou que se trata do tenente da reserva Ercílio Silva da Rocha, de 53 anos. O oficial atuou na corporação por 32 anos, segundo a polícia. Já o empresário, segundo informações da TV Gazeta, trata-se de Alexandre Olmo.>
De acordo com o delegado Alexandre Falcão, titular da Denarc, o militar foi contratado para armazenar e fazer a entrega da droga por um valor de R$ 5 mil. O militar da reserva confirma que foi contratado para armazenar e realizar a distribuição dessa droga, e que para isso receberia a quantia de R$ 5 mil reais para armazenar, sem aprofundar por qual período, afirmou. >
A operação foi batizada de Casa de Papel. Isso porque o empresário que era responsável por comprar e revender a droga utilizava o apelido de Professor, inclusive utilizando a foto do personagem do seriado em aplicativos de mensagens. Ele utilizava no aplicativo de mensagens uma foto do seriado Casa de Papel e era conhecido pelos traficantes como 'Professor'. Ele se auto intitulava assim e as pessoas os conhecem dessa maneira, disse o delegado.>
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Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em cinco alvos, nas cidades de Guarapari, Cariacica e Vila Velha. Foram apreendidos 230 kg de maconha na carroceria do carro do militar em Vila Velha; 1 kg de haxixe em um carro do empresário (que estava em frente ao estabelecimento dele, em Cariacica); R$ 80 mil reais em espécie, sendo R$ 69 mil com o empresário; duas armas de fogo, uma com o militar e outra com o empresário. Além disso, também foram apreendidos um caderno de anotações do tráfico, balanças de precisão e uma anotação (que teria sido enviada de dentro de um presídio), em um endereço do militar em Vila Velha onde estava a enteada dele. >
De acordo com as investigações, o empresário conhecido como Professor comprava a droga de fora, e vendia para pessoas em toda a Grande Vitória, especialmente em Guarapari e Vila Velha. Ele mantinha contato com os clientes por aplicativos de mensagens, marcava o encontro, recebia o dinheiro e logo depois o tenente realizava a entrega da droga. De acordo com o delegado, as drogas vendidas e entregues variavam entre pequenas e grandes quantidades.>
A polícia também apura a suspeita de que o empresário utilizava a distribuidora de bebidas para lavagem de dinheiro. A praxe do tráfico de drogas é utilizar de empresas para lavar o dinheiro do tráfico. A partir do momento que conseguimos identificar as empresas, isso é encaminhado ao juízo para tomarmos as medidas cabíveis. Mas, essa empresa, o empresário foi encontrado com quase R$ 70 mil reais em espécie, sem origem, contou.>
As investigações do Denarc foram iniciadas há cerca de três meses. Segundo a polícia, existe a suspeita da participação de outros integrantes na organização criminosa, o que será apurado pelos agentes. Temos informações do envolvimento de traficantes conhecidos pela polícia. Mas, as informações serão aprofundadas para que possamos prender os integrantes dessa organização, destacou. >
Nenhum dos presos tinha passagem pela polícia. O tenente da reserva da Polícia Militar e o empresário foram autuados por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Já a enteada do militar vai responder somente por associação ao tráfico. O tenente está preso no Quartel da Polícia Militar, o empresário foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana, e a enteada do militar foi para o presídio feminino.>
A Corregedoria da Polícia Militar informou que vai instaurar um procedimento administrativo apuratório assim que receber toda a documentação da Polícia Civil referente ao fato. A prisão do tenente da reserva remunerada foi acompanhada por um oficial de serviço da PM. O tenente está no presídio da corporação.>
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