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Publicado em 24 de outubro de 2021 às 20:56
Um policial militar é suspeito de atirar e matar um homem de 30 anos durante a madrugada deste domingo (24) em Ecoporanga, no Noroeste do Espírito Santo. Romário Costa Ramos foi baleado durante uma festa que acontecia em um cerimonial, no bairro Vila Nova. O suspeito do crime é o soldado da Polícia Militar Olinto Marcial Jardim Junior, também de 30 anos, que atua no 7º Batalhão de Cariacica. Ele está preso no Quartel da Polícia Militar, em Vitória.>
Segundo boletim de ocorrência registrado pela PM, durante a festa, o soldado teria tido um desentendimento com um jovem dentro de um banheiro no local. Esse rapaz chegou a relatar à PM que o suspeito do crime havia mostrado uma arma para ele. Em seguida, segundo testemunhas, o soldado foi até o carro dele e, quando passava pela porta de entrada do cerimonial para retornar, Romário tentou argumentar para que ele não entrasse armado na festa.>
Neste momento é que teria acontecido o disparo que atingiu o homem. Romário chegou a ser socorrido e foi encaminhado para o Hospital Fumatre, em Ecoporanga. Ele recebeu os primeiros socorros e foi transferido para o Hospital Estadual Alceu Melgaço Filho, que fica em Barra de São Francisco, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.>
Após a confusão, o militar teria fugido do local. A PM, então, foi até a casa dos pais do suspeito, que moram no distrito de Vila da Prata, em Ecoporanga. O pai do militar informou que o filho estava a passeio na cidade e que não havia retornado para a casa. Enquanto a polícia estava no local, o suspeito teria feito contato por telefone com a mãe, segundo registrou a PM no boletim de ocorrência.>
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O soldado, que é suspeito do crime, conversou por telefone com o comandante do policiamento e disse que se apresentaria posteriormente para prestar esclarecimentos. Foram realizadas buscas pelo distrito para encontrá-lo, porém Olinto não foi localizado. >
Já no início da tarde deste domingo (24) o soldado, suspeito do crime, se apresentou no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória. O delegado titular de Ecoporanga, Leonardo Amorim, já havia feito uma representação pedindo à Justiça a prisão preventiva do suspeito.>
Em depoimento, Olinto informou que na festa houve uma discussão para tirar a arma dele e que foi durante essa confusão que a arma disparou acidentalmente. Ele foi encaminhado ao Quartel da Polícia Militar, em Vitória, onde permanece à disposição da Justiça. >
Por meio de nota, a PM afirmou que o soldado "encontra-se recolhido no presídio militar à disposição do Poder Judiciário" e que a Corregedoria da corporação "analisará o fato e a conduta do militar, de acordo com o Código de Ética e Disciplina dos Militares Estaduais".>
Já a Polícia Civil informou que, "assim que teve ciência do fato, representou pela prisão preventiva contra o suspeito por ter fugido do local do crime". Também afirmou que o "militar se apresentou neste domingo ao plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, onde teve ciência do mandado de prisão, que foi deferido pela Justiça. Após o cumprimento, ele foi encaminhado ao presídio militar". >
Procurado na manhã desta segunda-feira (25) pela reportagem de A Gazeta, o advogado Maxson Luiz da Conceição Motta Souza, que representa Olinto Marcial Jardim Junior, deu a versão do policial sobre o tiro disparado na festa. Confira a nota na íntegra:>
"O militar assim que teve notícia acerca da existência de uma vítima do disparo da arma buscou a devida assistência jurídica da Associação dos Cabos e Soldados, da qual é associado, para que o mesmo possa ter direito a ampla defesa e contraditório, em virtude da repercussão dos fatos, sendo que o militar num primeiro momento tentou se apresentar em Colatina, porém teria se aguardar o deslocamento de um advogado para a Cidade e buscando agilizar sua apresentação o mesmo se deslocou para a Capital onde a assessoria jurídica da associação já o aguardava. >
O militar informa que o indivíduo que tentou tomar sua arma, segundo informações, era um dos organizadores da festa e que por este motivo tentou desarmar o militar, o que gerou um tumulto e o disparo acidental da arma. Somente quando estava chegando na capital teve ciência que o indivíduo veio a falecer. >
Em momento algum o militar quis se furtar em prestar esclarecimentos, somente saiu do local para preservar sua vida, já que por dois momentos tentaram tomar seu armamento e para evitar um mal maior saiu do local imediatamente após o disparo. Após se apresentar na DHPP a autoridade retardou a oitiva do militar e a defesa entende que o delegado de Ecoporanga agiu de forma descabida ao pedir a prisão do militar, uma vez que o pedido foi requerido após a apresentação espontânea para ser ouvido, sendo somente após a apresentação do militar decretada a prisão, de forma desnecessária.>
A associação dos cabos e soldados não se furtará a dar toda a assistência jurídica ao militar para que o mesmo tenha direito a se defender de qualquer ato ilegal e covarde que tentem praticar contra o mesmo.">
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