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Publicado em 30 de abril de 2025 às 18:09
Parece mentira, mas não é! Uma investigação da Polícia Civil contra um esquema de fraudes contra a administração pública revelou que criminosos falsificavam até comprovante de crisma. A 5° fase da Operação “Falsarius” foi deflagrada no dia 14 de abril e, ao todo, cumpriu 21 mandados de busca e apreensão, resultado em 18 celulares apreendidos, além de documentos como diplomas, laudos e exames médicos adulterados e falsificados.
A operação começou ao fim de 2023, a partir de inconsistências em documentos apresentados por candidatos aprovados em processos seletivos de secretarias municipais da Grande Vitória.
Segundo o titular da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), delegado Douglas Vieira, os candidatos apresentavam diplomas e documentos falsificados para serem contratados via processo seletivo simplificado. Há também diplomas e currículos, inclusive de técnicos e enfermeiros, falsificados.
“Falsificavam documentos e cursos dos quais não dispunham, para ter vantagem, só que com buscas e apreensões encontramos receitas médicas falsificadas, carimbos falsificados. Ou seja, um verdadeiro comércio ilícito”, comentou o delegado.
Os criminosos ainda conseguiam falsificar receitas médicas, inclusive de medicamentos de alto custo. Entre documentos falsificados estão:
“Flagrante é difícil, pois requer que o uso do documento esteja ocorrendo no momento da abordagem”, disse o delegado.
Prints mostram negociações para falsicações de documentos
Apesar disso, muitos candidatos que usaram de documentos falsos em seleções e foram descobertos, acabaram eliminados e funcionários afastados. O titular da Deccor informou que não ainda não há número exato de demissões ou afastamentos, pois os dados estão sendo apurados.
Entre os casos descobertos durante as investigações está de um homem que fez falsificação de comprovante de crisma e um taxista que usava a falsificação para laudo psiquiátrico.
Delegado Douglas Vieira
Titular da DeccorAinda conforme o delegado Douglas Vieira, é possível que farmácias possam estar envolvidos na compra de receitas falsificadas e serão investigadas.
“Essas farmácias serão investigadas, alguns falsários nos diálogos perguntam qual farmácia vendem para essas receitas falsas, carimbos falsos, receitas em branco. Quem participa pode ser preso também”, explicou o delegado.
A polícia agora investiga se há funcionários públicos envolvidos. Em um dos diálogos encontrados, uma funcionária procura o carimbo de um médico.
Os envolvidos podem ser condenados a 5 anos para cada falsificação na esfera pública e 4 na privada.
Falsárius
O nome da operação deriva do latim "Falsarius", que significa falsários ou enganadores, aqueles que falsificam.
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