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Publicado em 9 de junho de 2025 às 11:04
Os três policiais militares acusados de arremessar o adolescente Kaylan Ladário dos Santos, de 17 anos, da Segunda Ponte, deram uma versão do caso antes de um vídeo ser anexado ao processo como prova da ação. O repórter Diony Silva, da TV Gazeta, apurou com o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, delegado Leonardo Damasceno, que os agentes disseram que pararam na ponte a pedido do jovem, que, segundo eles, queria ser deixado ali mesmo. >
Segundo o secretário Leonardo Damasceno, quando as gravações foram incluídas no inquérito, o cabo Franklin Castão Pereira e os soldados Luan Eduardo Pompermaier Silva e Leonardo Gonçalves Machado foram chamados novamente para depor. Desta vez, no entanto, eles preferiram ficar em silêncio. >
Delegado Leonardo Damasceno
Secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa SocialKaylan foi abordado no bairro Aparecida, em Cariacica, no dia 18 de fevereiro, e levado para a delegacia porque estava com um mandado de apreensão em aberto. Acontece que, chegando lá, o delegado viu que o mandado já estava vencido e, por isso, não poderia receber o adolescente ali. Os agentes tentaram contato com a mãe dele, para buscá-lo, sem sucesso. De madrugada, os policiais então saíram da unidade, dizendo que iriam levá-lo para casa, mas, segundo as investigações, pararam na Segunda Ponte e o arremessaram de lá. O rapaz, que não sabia nadar, morreu afogado.>
Luan, Franklin e Leonardo foram presos no último dia 28, indiciados por homicídio qualificado. Eles já foram denunciados pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES). >
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"Não tem justificativa nenhuma para aquele comportamento, mesmo que em qualquer hipótese eles alegassem outra história, além de jogar o rapaz na água, eles teriam também o dever de socorro daquele rapaz que estava se debatendo na água. De uma maneira ou de outra, o caso tem uma prova muito robusta", declarou o secretário, nesta segunda-feira (9), referindo-se ao vídeo que flagrou a viatura na Segunda Ponte (confira acima).>
A Corregedoria da Polícia Militar apura o caso. "A gente espera agora da Corregedoria um empenho muito grande para que esses policiais, se comprovado em âmbito desse inquérito militar o desvio de conduta, que eles sejam excluídos da instituição", comentou o secretário. >
A família de Kaylan soube que o adolescente havia sido levado para a delegacia só horas depois. Quando a mãe dele, Leicester Ladário, foi atrás de informações, o rapaz não estava mais lá. O corpo foi encontrado na tarde do dia seguinte. >
Meses depois da morte do filho, a auxiliar administrativa teve acesso às imagens do momento em que o adolescente é jogado da Segunda Ponte. "Eu vi eles jogando o meu filho. Meu filho estava vivo! Eles pararam o carro em cima da Segunda Ponte e jogaram o meu filho lá de cima. Viram ele se debatendo e, mesmo assim, simplesmente entraram no carro e foram embora. Meu filho não sabia nadar. Eles viram o desespero dele", desabafou Leicester. >
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