Reporter / [email protected]
Repórter / [email protected]
Publicado em 19 de julho de 2022 às 19:45
Um homem de 35 anos foi preso pela Polícia Militar na manhã desta terça-feira (19), no Morro do Moscoso, em Vitória, com armas e um colete balístico. Rafael Siqueira é apontado como gerente do tráfico do local e, segundo a corporação, aparece em vídeos divulgados nas redes sociais ostentando armas junto com outros suspeitos de tráfico. >
Em um dos vídeos, Rafael Siqueira aparece ao lado de um homem que seria o chefe do tráfico do Morro do Moscoso, de acordo com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus. >
“O vídeo que está rolando nas redes sociais foi gravado no Moscoso, onde indivíduos chamados Manolo e Rafael, gerentes do morro, estavam ostentando armas e mandando recados ameaçadores a gangue rival, do Morro do Cabral. Hoje (19) de manhã, a Polícia Militar já deu uma importante resposta, prendendo Rafael, que estava no vídeo ostentando armas. Ele foi preso com pistolas com carregadores cheios, além de carregadores de fuzis”, explicou Caus.>
De acordo com informações da PM, após os intensos tiroteios que aconteceram no entorno do Centro de Vitória entre a noite de segunda-feira (18) e a madrugada desta terça-feira, que deixou moradores assustados, o policiamento foi reforçado na região para reprimir as ações dos criminosos. >
>
Na manhã desta terça-feira, militares em patrulhamento no Morro do Moscoso realizaram abordagens na região e Rafael acabou sendo detido. Com ele, os policiais encontraram armas, carregadores e um colete balístico.>
Coronel Douglas Caus
Comandante-geral da PMCom o suspeito, a PM apreendeu uma pistola com numeração raspada junto a dois carregadores – com 5 munições intactas, uma pistola de origem italiana sem munições, dois carregadores, sessenta munições, uma capa de colete balístico, duas placas de colete balístico, quatro aparelhos celulares e uma sacola contendo cocaína. >
Material apreendido com gerente do tráfico do Moscoso
O comandante ainda afirmou que o policiamento na região continua reforçado com a Força Tática, o Batalhão de Ações com Cães e o Batalhão de Missões Especiais. >
O material e o suspeito foram encaminhados para a 1ª Delegacia Regional de Vitória. A reportagem de A Gazeta demandou a Polícia Civil para detalhar a autuação de Rafael e, assim que houver retorno, este texto será atualizado. >
Durante a noite de segunda-feira (18) e madrugada de terça-feira (19), intensos tiroteios deixaram moradores de bairros no entorno do centro de Vitória assustados. Os confrontos armados foram registrados em quatro comunidades da região central da Capital: Piedade, Alagoano, Moscoso e Cabral. >
Traficantes das comunidades do Romão e do Alagoano teriam invadido as comunidades do Moscoso e Cabral e promoveram um ataque, disparando várias vezes contra rivais. Não houve registros de vítimas. Os relatos de tiros na região ocorrem desde domingo, segundo moradores.>
Em entrevista à TV Gazeta no início da tarde desta terça-feira, o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), coronel Marcio Celante Weolffel, afirmou que há um trabalho forte de inteligência na Sesp, nas policiais Civil e Militar, que desenvolverá operações para prender e identificar os criminosos por trás desses tiroteios>
Os tiroteios registrados em comunidades da região central de Vitória trouxeram à tona um problema que já aterrorizou moradores do Morro da Piedade. O Instituto Raízes, que desenvolve ações sociais na região, relembrou a onda de violência de 2018 que fez com que moradores abandonassem casas, deixando um rastro de destruição.>
Naquele ano, o acirramento da guerra do tráfico de drogas no Morro da Piedade fez com que 32 casas abandonadas e 93 pessoas deixaram o bairro. A área conhecida como "Seu Queiroz", no alto do morro, foi a que sofreu o maior impacto, com 90% dos moradores deixando as residências.>
Em nota divulgada na manhã desta terça-feira, o Instituto aponta que os tiroteios e as disputas entre facções criminosas rivais traz a lembrança do medo que ficou instaurado em 2018.>
Conforme o Instituto, o cenário de terror vivido naquele período está se repetindo, com famílias já pedindo ajuda para deixar o bairro. Ainda cita a falta de efetividade das políticas públicas, relembrando a instalação da base da Polícia Militar no bairro e questionando os resultados trazidos pela presença da polícia na região.>
O Instituto ainda afirma que vai acionar a Prefeitura de Vitória, o governo do Estado e a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) para pedir ações de proteção à comunidade.>
Os tiros que invadiram novamente os morros do Centro de Vitória pela segunda noite seguida, faz com que a situação desastrosa de 2018 volte aos pensamentos dos moradores das comunidades e gera mais medo e terror em quem vive por aqui. Em 2018, metade dos moradores da Piedade e de outras comunidades deixaram suas casas com medo. Esse cenário volta a se repetir, possuímos uma lista com mais famílias pedindo ajuda para deixar o local.>
Estamos sem a efetividade das políticas públicas, especialmente os demandados pela comunidade através do Plano de Ação 15. As famílias a noite toda acordada, crianças chorando, se escondendo embaixo da cama e esses ataques ocorrendo a madrugada toda.>
Foram tiros, efeitos de bomba, gritos e invasões de casas registradas nesta madrugada. >
Fica a pergunta de todos: quem protege os cidadãos que vivem nestas comunidades? Quais as medidas que são adotadas para esta proteção? Porque a Base da Polícia Militar não faz mais as rondas diurnas e noturnas na comunidade? Quais são os resultados do trabalho dessa Base? Essas são as perguntas iniciais, de outras várias que temos.>
No último final de semana tivemos vários momentos de alegria e confraternização entre as comunidades, como torneio, festa nas escolas e nas comunidades fazendo todos circularem entre os bairros, e lamentavelmente essa situação acontecendo.>
Nos juntamos às inquietações dos moradores e das comunidades e vamos ainda hoje acionar a Prefeitura de Vitória, o Governo do Estado e a Secretaria Estadual de Segurança Pública para respostas e ações protetivas e sociais para todos deste território.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta