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Mecânico foi assassinado ao sair do trabalho na Serra por dívida de R$ 400

Mecânico foi assassinado ao sair do trabalho na Serra por dívida de R$ 400

Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (19), o mecânico morto em José de Anchieta era um profissional reconhecido no município e acabou envolvendo-se no uso de drogas

Publicado em 19 de maio de 2020 às 12:31

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Delegado Rodrigo Sandi Mori e Delegado José Lopes durante coletiva de imprensa
Delegado Rodrigo Sandi Mori e Delegado José Lopes durante coletiva de imprensa. (Polícia Civil)

Três dias após o crime, a Polícia Civil prendeu o homem acusado de matar o mecânico Idalicio Ferreira dos Santos, de 42 anos, em José de Anchieta, na Serra. De acordo com a investigação, divulgada em coletiva de imprensa nesta terça-feira (19), a vítima foi morta devido a uma dívida de R$ 400. O homicídio aconteceu no último dia 12 e a prisão aconteceu na sexta-feira (15).

De acordo com o delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, o mecânico era um profissional reconhecido na Serra, mas acabou envolvendo-se no uso de drogas. "A vítima era excelente profissional, mecânico bem conceituado na Serra e dono de uma oficina em José de Anchieta, elogiado por todos. Mas infelizmente acabou se perdendo no mundo das drogas", contou. 

Em um trabalho, ele consertou a moto de um traficante da região, que não teve identidade revelada. Ao todo, ele recebeu R$ 700 pelo serviço, que foi igualmente dividido com um sócio. Com os R$ 350 que tinha direito pelo trabalho, a vítima comprou pedras de crack. Após usar toda a droga, o mecânico ainda fez uma dívida de mais R$ 400 em entorpecentes. Porém, a movimentação da oficina piorou nas últimas semanas devido a pandemia do novo coronavírus e ele não conseguiu dinheiro para pagar o que devia.

"OU ME PAGA ATÉ ÀS 18H OU VAI PAGAR COM A VIDA"

O delegado contou que duas semanas antes do assassinato, o traficante já estava cobrando a vítima. Foi quando, por volta nas 12h do dia do crime, deu até as 18h para a vítima conseguir o dinheiro, falando: "ou me paga até as 18h, ou vai pagar com a vida". Nesse dia, ele trabalhou sendo monitorando pela namorada do criminoso, uma adolescente de 15 anos.

"O mecânico até conseguiu um 'bico' para trabalhar no dia, mas desse serviço só arrecadou R$ 50. Enquanto tentava o dinheiro, ele era monitorado pela namorada do traficante, de 15 anos.  Pouco antes das 18h, Idalicio fechou a oficina. Na saída, ele foi abordado pelo traficante, que questionou sobre o dinheiro. O mecânico disse ter conseguido apenas R$ 50 e enquanto tirava a nota do bolso, foi morto com dois tiros na cabeça. Ele foi morto exatamente às 17h57", contou Sandi Mori. 

INVESTIGAÇÃO  PRISÃO

A vítima morreu na hora. No mesmo dia, a DHPP da Serra iniciou a investigação, conversou com testemunhas e identificou a dinâmica, motivação e autoria do crime. "Já poderíamos prendê-lo no mesmo dia do crime. Mas optamos por trabalhar com calma, ouvir testemunhas e representar contra a prisão", informou o delegado. 

O traficante foi preso durante uma campana da Polícia Civil, na última sexta-feira (15), no momento em que ele saía de casa, na região conhecida como Sovaco da Cobra. Na casa dele havia uma quantia de drogas, dinheiro e celulares frutos de roubos e furtos. Ele foi autuado em flagrante por tráfico de entorpecentes, mas não quis falar sobre a suspeita de homicídio. Já a namorada do detido, que estava com ele no momento da prisão, confessou que o namorado matou o mecânico. 

O superintendente de Polícia Especializada, delegado José Lopes, elogiou o trabalho da  DHPP da Serra e afirmou que a unidade tem 70% dos crimes solucionados, enquanto a média das delegacias do Brasil é de cerca de 10%, segundo ele. 

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