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Mãe e padrasto são indiciados por estupro e morte de menina de 6 anos no ES

Mãe e padrasto são indiciados por estupro e morte de menina de 6 anos no ES

O crime aconteceu no dia 13 de maio deste ano, em Ecoporanga. A criança deu entrada no hospital com lesões pelo corpo e crises convulsivas; ela teve a morte confirmada seis dias depois

Publicado em 29 de julho de 2021 às 20:35

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A menina foi atendida no hospital de Ecoporanga
A menina foi atendida no hospital de Ecoporanga . (TV Gazeta/ Reprodução )

A Polícia concluiu o Inquérito Policial que apurou a  morte da menina de 6 anos que foi agredida e estuprada em Ecoporanga, no Noroeste do Espírito Santo.  A mãe e o padrasto da garota foram indiciados por estupro de vulnerável e homicídio qualificado. O crime ocorreu em 13 de maio deste ano e chocou o Estado.

Segundo o delegado Leonardo Amorim, o inquérito foi concluído  e remetido ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) para análise. “A mãe e o padrasto da criança, ambos de 43 anos, foram indiciados por estupro de vulnerável e homicídio qualificado por motivo fútil, com emprego de asfixia, com recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio, além de abandono de incapaz e posse ilegal de arma de fogo”, contou.

Os dois estão presos desde a época do crime. O padrasto, segundo as investigações, deixou a mãe e a criança no hospital e fugiu logo em seguida. No dia 16 de maio, policiais militares receberam uma denúncia anônima de que ele estava escondido na localidade do Córrego do Beirador, em Ecoporanga. No local, os militares encontraram o suspeito em um colchão escondido no meio de um mato.  O nome dos envolvidos não foi divulgado para preservar os outros filhos.

“Assim que o pedido foi deferido pelo Judiciário, a mãe foi detida ainda no hospital. Em depoimento, a mãe da criança confessou que as agressões contra a vítima ocorreram na quinta-feira (13), versão que coincide com os hematomas e lesões relatados pela equipe médica. A mãe também confessou que em data pretérita, não precisando o dia, a criança teria aparecido com a roupa cheia de sangue, mas não denunciou o estupro à polícia”, explicou o delegado Leonardo Forattini, titular da Delegacia Regional de Barra de São Francisco.

O CASO 

Em 13 de abril, a criança de 6 anos, acompanhada da mãe, deu entrada no hospital de Ecoporanga com lesões pelo corpo e crises convulsivas. Devido ao grave estado de saúde, a menina foi encaminhada para Barra de São Francisco, na mesma região. No hospital do município, o médico suspeitou que ela tivesse sido vítima de abuso sexual. Posteriormente, ela foi levada ao Hospital Infantil de Vitória, onde acabou morrendo após alguns dias internada. 

OS BASTIDORES DA PRISÃO DO PADASTRO 

Uma operação especial precisou ser montada para prender o homem de 43 anos acusado de estuprar e agredir a própria enteada. O criminoso estava em uma área de difícil acesso e chegou a levar café e alimentos para o local. O policial militar que comandou os trabalhos conversou com a reportagem de A Gazeta e revelou os detalhes da ação. O suspeito estava na localidade de Córrego do Beirador. 

Segundo o Sargento Carnielli, as buscas começaram logo que a situação foi descoberta. Equipes da PM e da Polícia Civil estiveram no local, com um mandado de prisão, mas não encontraram o homem no dia que o crime foi revelado. Os trabalhos seguiram durante todo os dias seguintes e a prisão dele foi realizada com o auxílio de denúncias, que informaram a direção em que o homem tinha entrado. 

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Padrasto que estuprou enteada preso em Ecoporanga. (Reprodução/Redes Sociais)

A Polícia Civil afirmou que o homem já tinha passagem por violência doméstica contra os próprios pais e por envolvimento com drogas. Segundo a Sejus, ele já tinha sido preso outras vezes entre dezembro de 2014 e agosto de 2020.

"MAIS COMUM DO QUE A GENTE IMAGINA"

Após a publicação e repercussão das reportagens sobre a criança de 6 anos agredida e estuprada em Ecoporanga, o presidente da Comissão de Infância e Juventude do Instituto Brasileiro de Direito de Família no Espírito Santo (IBDFAM-ES), Raphael Câmara,  destacou que apenas 10% desses casos são levados à Justiça e ressaltou a importância de denunciar e desconfiar de pessoas muito próximas às crianças.

"Essa triste tragédia de Ecoporanga é muito mais comum do que a gente imagina. Apenas 10% desses casos são levados ao Poder Judiciário. A subnotificação de estupros e abuso sexual contra crianças e adolescentes é muito grande no Brasil. Esse caso de Ecoporanga retrata bem isso, porque essa criança já havia sido abusada anteriormente ao que indicam as investigações, então esse dia tão importante de memória às crianças abusadas e estupradas, a única dica e súplica é denuncie. Utilize o Disque 100, para que essas crianças sejam protegidas, e mais, desconfie das pessoas mais próximas, porque são elas, geralmente, os grandes criminosos, os verdadeiros estupradores", afirmou.

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