Publicado em 18 de setembro de 2023 às 17:57
A Justiça determinou a prisão preventiva do cabo da Polícia Militar Thafny da Silva Fernandes, apontado como autor do disparo que matou o adolescente Carlos Eduardo Rebouças Barros, de 17 anos, na manhã do dia 1º de março, no bairro São Geraldo, em Pedro Canário, no extremo Norte do Espírito Santo. A decisão foi proferida na última quarta-feira (13), dois meses após o policial sair da cadeia por conseguir alvará de soltura.>
Thafny havia tido a prisão preventiva revogada após o Poder Judiciário acolher o pedido da defesa. Na ocasião, em 12 de julho, o cabo da PM deixou o presídio no Quartel do Comando-Geral (QCG) da Polícia Militar, em Vitória, onde estava detido. Consta no mandado de prisão que o policial terá que ser levado novamente para o local.>
Os outros quatro militares apontados como participantes do assassinato, junto com Thafny, estão livres desde o dia 3 de maio deste ano.>
Procurado pela reportagem, o advogado Márcio Bezerra, que faz a defesa de Thafny da Silva Fernandes, informou que tomará as medidas judiciais adequadas na defesa do militar, que segue sendo assistido pelo jurídico da Associação dos Cabos e Soldados da PM. >
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"A defesa recebe com surpresa nova decisão da decretação de prisão preventiva, entende que a nova decisão prisional não atende os requisitos autorizadores da prisão preventiva, no entanto, respeita a decisão do juízo", comunicou. >
A Polícia Militar confirmou, em nota, a prisão de Thafny. "O referido policial apresentou-se de forma espontânea ao seu Comandante de Companhia e, em seguida, dirigiu-se à Delegacia de Pedro Canário, acompanhado de um oficial superior. O militar posteriormente foi transferido para o Presídio Militar, em Vitória", informou. >
Em relação ao motivo que levou à decisão da prisão preventiva de Thafny, a Polícia Militar informou que respeita o devido processo legal e não comenta decisões judiciais. >
Thafny da Silva Fernandes é cabo e começou na corporação em 26 de junho de 2013. Em quase 10 anos, foram 182 dias de licença médica. A mais longa foi em 2019, de 84 dias. Conforme as investigações, ele é apontado como o atirador do crime que matou Carlos Eduardo Rebouças. >
No TJES, consta um processo em andamento com o nome de Thafny e outros dois policiais (um deles Tallisson Santos Teixeira, que também foi preso por envolvimento na morte do adolescente de Pedro Canário) a respeito de um homicídio ocorrido no bairro Camata, também no município, no dia 12 de janeiro de 2018.>
Conforme a descrição do inquérito, os agentes "teriam, durante ocorrência policial, efetuado disparos de arma de fogo e resultando no óbito do civil". A Corregedoria da corporação acompanhava o caso no mês de março.>
A Justiça concedeu, no dia 3 de maio deste ano, o alvará de soltura para quatro dos cinco policiais militares suspeitos de envolvimento na morte do adolescente. Thafny da Silva Fernandes permaneceu preso, segundo o advogado deles informou à época. São eles: >
Os cinco policiais militares foram detidos em flagrante no dia 1º de março. Eles foram ouvidos no 13º Batalhão da PM, localizado em São Mateus, município vizinho de onde ocorreu o fato, e passaram por audiência de custódia no dia seguinte, onde as prisões em flagrante foram convertidas para preventivas. >
Carlos Eduardo Rebouças Barros, de 17 anos, foi baleado e morto por um policial militar no bairro São Geraldo, em Pedro Canário. Uma câmera de segurança flagrou toda a ação. No vídeo, o suspeito aparece já rendido e mesmo assim é alvo do disparo de arma de fogo à queima-roupa. >
Em um primeiro momento, as imagens mostram o rapaz sentado. Depois ele se levanta, parece conversar com o policial e se aproxima de um muro. O PM segue com a arma apontada, até que realiza os disparos. A vítima cai no chão e o policial se afasta.>
De acordo com a corporação, ele tinha passagens criminais e estaria com uma arma antes do momento que aparece no vídeo. Depois de ferido, ele foi levado ao Hospital Menino Jesus, na mesma cidade da ocorrência, mas já chegou morto. >
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