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Publicado em 14 de dezembro de 2024 às 20:24
Um homem de 49 anos, identificado como o advogado Wolmir José Rodrigues Filho, utilizou uma arma de airsoft para atirar em frequentadores de um bar em Jardim da Penha, em Vitória, no início da noite deste sábado (14). A réplica de arma de fogo é utilizada em jogos para simular operações militares e os projéteis não são letais, mas deixaram pelo menos três pessoas feridas. >
Segundo relatos de pessoas que estavam próximo ao bar, situado na Rua do Canal, o advogado já havia utilizado a arma durante a manhã, mas parou quando uma viatura da Polícia Militar chegou ao local. Segundo os donos do bar, ele é morador da casa ao lado do estabelecimento e ameaçou os funcionários, atingindo-os com spray de pimenta.>
Uma jovem de 25 anos, cliente do bar, estava na calçada e foi atingida na nuca durante os disparos. Além dela, um amigo e um funcionário do bar ficaram feridos.>
Os disparos também atingiram o carro do engenheiro eletricista Cláudio Moreira. Ele disse que o autor dos disparos estava “atirando pra tudo que é lado". "Ele inclusive atirou em nossa direção, mas por sorte não nos acertou”, relatou.>
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“Quando chegamos no carro, identificamos que o vidro do motorista estava estilhaçado e o para-brisa trincado”, completou Cláudio.>
O homem foi detido pela Polícia Militar e levado para a Delegacia Regional de Vitória, onde o caso deve ser registrado. A jovem atingida também foi encaminhada pelos policiais para prestar depoimento e receber atendimento médico.>
Segundo a PM, policiais militares foram acionados para verificar supostas agressões em um bar localizado no bairro Jardim da Penha, Vitória. "No local, o proprietário do estabelecimento relatou que um vizinho teria saído de casa e derrubado alguns bens do bar. Em razão disso, iniciou-se uma vias de fato entre o vizinho e os funcionários do estabelecimento. Uma mulher que trabalhava no bar contou que durante a briga o vizinho teria feito uso de uma arma não letal para se afastar dos funcionários", diz nota enviada à reportagem na manhã de domingo (15). >
Os PMs tentaram contato com o suspeito, que informou ter ouvido a mãe pedir ajuda e por isso foi na rua. Segundo a PM, ele se negou a sair de casa com receio dos funcionários do bar e também não permitiu a entrada dos militares na residência. As partes foram orientadas a registrar o fato na delegacia. >
"Posteriormente, o Ciodes (190) repassou a informação de que o indivíduo estaria pedindo socorro, pois ele e a mãe teriam sofrido uma tentativa de homicídio. Em seguida, a funcionária do bar também ligou para o 190 informando que um indivíduo armado estava ameaçando as pessoas no estabelecimento. Militares foram novamente ao local, onde já estava o Samu prestando atendimento ao homem que se queixava de dores na cabeça e abdômen", disse a corporação.>
Ainda segundo a PM, uma mulher se apresentou como esposa do homem e afirmou que o marido estaria em surto por se negar a fazer uso de remédio para esquizofrenia. O proprietário do bar foi orientado a registrar o fato na delegacia. >
A Polícia Civil informou que o suspeito foi conduzido à Delegacia Regional de Vitória e autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo de uso permitido, lesão corporal e dano. Após os procedimentos de praxe, ele foi encaminhado ao sistema prisional. >
A reportagem de A Gazeta procurou a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), que controla entradas e saídas do sistema prisional no Espírito Santo, para saber se o suspeito já havia dado entrada no sistema. Na manhã de segunda-feira (16), a pasta informou que ele estava na Penitenciária de Segurança Média 1, em Viana.>
A Justiça, no entanto, decidiu, em audiência de custódia realizada no domingo (15), pela soltura de Wolmir. Na decisão, a juíza Jaqueline Teixeira da Silva estabeleceu que "a fixação de medidas cautelares diversas da prisão serão suficientes" e estabeleceu que o advogado fica proibido de "se aproximar e de manter qualquer tipo de contato com a requerente/representante, funcionários e clientes" do estabelecimento onde ocorreu o fato, mantendo a distância de 200 metros.>
Procurada pela reportagem, a Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Espírito Santo (OAB-ES) informou, em nota, "que está acompanhando o caso e buscando informações para tomar as providências cabíveis, observando as prerrogativas da advocacia e as normas do Código de Ética e Disciplina da OAB.">
*Com informaçoes da repórter Priciele Venturini, da TV Gazeta>
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