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Publicado em 5 de setembro de 2022 às 17:44
Um frentista de 23 anos foi preso, nesta quinta-feira (1º), suspeito de participar de um esquema criminoso de invasão ao sistema de compras e vendas do posto de combustível onde ele trabalhava, em Vila Nova, Aracruz, Norte do Espírito Santo. Após contratar hackers de outros Estados, ele deu prejuízo de R$ 88 mil ao estabelecimento. >
De acordo com a Polícia Civil, o frentista, que não teve o nome divulgado, trabalhava no posto havia um ano e meio. Ele já ocupava um cargo de confiança e era responsável por fechar o caixa do estabelecimento. Com pleno acesso ao sistema de controle de compras e vendas, ele conseguiu permitir o acesso remoto de hackers, que modificavam as ordens.>
"O frentista entrou em contato com hackers de outros Estados que entraram no sistema do posto de combustível e fizeram uma análise completa de como ele funcionava. Eles conseguiram entrar, entender essa sistemática e algumas fragilidades do sistema, e conseguiram apagar algumas vendas", explicou o delegado Leandro Sperandio, da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Aracruz.>
Com vendas deletadas do sistema, acabava "sobrando" dinheiro do caixa, valor que era retirado pelo frentista. >
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"O padrão de segurança do posto era: de tempos em tempos, o frentista pegar o dinheiro do caixa e realizar um depósito na conta do posto, que era feito lá mesmo em um caixa eletrônico 24h. Logo após os hackers apagarem algumas vendas do sistema, o frentista ia até o caixa, depositava o dinheiro na conta do posto e fazia um segundo depósito na própria conta pessoal dele", completou Sperandio. >
Mas o dinheiro não ficava muito tempo na conta do frentista: para lavar essas quantias, ele comprava crédito em jogos virtuais. >
Delegado Leandro Sperandio
Titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de AracruzSegundo a polícia, essa tática de trocar por criptomoedas era para tentar dificultar as investigações. "A criptomoeda é virtual e deixa menos rastros do que em uma conta bancária, por exemplo", ressaltou o delegado.>
As investigações mostraram que o frentista conseguiu colocar o esquema em prática durante cinco meses. Ele começou com valores pequenos, como R$ 50 por dia, e agora chegava a furtar até R$ 1.500 por vez.>
Há cerca de três semanas, o dono do posto percebeu um desfalque, o que acendeu a suspeita de uma possível fraude. É que ele verificou que havia comprado uma quantidade de combustível nos últimos meses, mas não teve o retorno financeiro esperado. >
"A vítima percebeu, analisando o controle de compra e de venda de combustíveis, que havia um desfalque muito grande, já no valor de R$ 88 mil. Iniciamos então as investigações e descobrimos o esquema", comentou Sperandio.>
Após as semanas de investigação, inclusive das imagens do posto, que mostraram o frentista pegando o dinheiro e depositando no Caixa 24 horas, a polícia montou uma campana para pegá-lo no flagra. >
"Nos dirigimos até o local dos fatos. Esse frentista realizou a primeira subtração do dia, foi abordado e preso em flagrante delito. Primeiramente negou a prática do crime, mas diante das provas demonstrou-se arrependido e confessou o crime com riqueza de detalhes", disse o delegado. >
O frentista foi autuado em flagrante por furto qualificado e já teve a prisão convertida para preventiva. "Ele cometeu essa operação 1.010 vezes. Então tecnicamente ele cometeu mil furtos e vai ser indiciado por isso.">
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