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Família não acredita que motorista de aplicativo tenha reagido a assalto

Família não acredita que motorista de aplicativo tenha reagido a assalto

Corpo de Jonata de Souza Oliveira, de 28 anos, que estava desaparecido desde o último dia 11, foi encontrado na noite de sábado (17)

Publicado em 18 de fevereiro de 2024 às 14:00

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Mecânico
Jonata de Souza Oliveira sonhava em construir uma casa. (Arquivo Pessoal)

A família do mecânico e motorista de aplicativo Jonata de Souza Oliveira, de 28 anos, não acredita que ele tenha sido morto após reagir a um assalto ao ter o carro abordado por bandidos. Os pais do jovem pedem justiça e agilidade na liberação do corpo do filho.

O rapaz estava desaparecido desde o dia 11 de fevereiro, após sair para trabalhar e não voltar para casa. O corpo dele foi encontrado em uma área de mata nas margens da Rodovia ES 120, em Padre Mathias, Cariacica, na noite deste sábado (17). Jonata deixa esposa e três filhos.

Segundo informações da polícia, um suspeito de cometer o crime está preso e as diligências seguem em andamento para localizar outros dois. Mais detalhes serão passados em entrevista coletiva, marcada para a manhã desta segunda-feira (19).

“Disseram que ele reagiu ao assalto, mas é mentira. Ele era um menino bom e calmo, jamais reagiria. Não era estressado, nervoso. Jonata aconselhava o tio para não ter nenhum tipo de reação ao ser assaltado, que deixasse levar o carro. Isso é boato e veio junto com outras mensagens que chegavam para gente. Agora esperamos o resultado das investigações e a justiça. Não desejo mal às mães desses rapazes que fizeram isso com ele. Não quero que ninguém passe pelo que estou passando agora”, desabafou a mãe de Jonata, a dona de casa Luiza de Souza.

Em entrevista à TV Gazeta, ela contou que estava vivendo a angústia por notícias do filho desde a madrugada do último dia 11 e, de lá para cá, não conseguia dormir nem comer.

“É muita tristeza, mas ao mesmo tempo vem a sensação de alívio por ter localizado o corpo do meu filho. É triste criar um filho com tanto carinho e terminar assim. Ele era um menino divino e muito trabalhador, orgulho da família inteira”, relata.

A mãe do jovem contou ao repórter Caíque Verli que o filho trabalhava durante o dia como mecânico e, à noite, atuava como motorista de aplicativo, com um carro alugado. Ela ressaltou que Jonata fazia o trabalho extra porque queria juntar dinheiro para comprar o próprio veículo e construir uma casa, em Viana.

Luiza disse ainda que aguarda a liberação do corpo do filho para dar um enterro digno a ele, mas a demora a deixa ainda mais angustiada.

“Me disseram que dariam uma resposta sobre isso na tarde de hoje (domingo, 18), senão só na quarta-feira (21) seria possível fazer um exame de DNA para a liberação ocorrer só após 60 dias. Queria pedir que essa burocracia não atrapalhe o enterro do meu filho, pois a nossa angústia continua”, desabafa.

Agora, Luiza afirma que vai lutar por Justiça até o fim. “Os bandidos mataram o meu filho e tiraram o direito da nossa convivência com ele. Eles não tiraram a vida de um ladrão igual a eles ou de um traficante. Meu filho era trabalhador. Poderiam ter levado o carro e deixado ele viver”, lamenta a dona de casa.

O pai do jovem, o auxiliar de carga e descarga Elias Rezende, também viveu uma grande angústia recebendo informações desencontradas. “A gente ia até os locais indicados, com esperança, mas a gente chegava lá e voltava tudo do zero. Infelizmente, ele não foi o primeiro a sofrer essa violência e não será o último. Só queremos justiça”, desabafa.

Entenda o caso

O mecânico e motorista de aplicativo Jonata de Souza Oliveira, de 28 anos, estava desaparecido desde o último domingo (11). Segundo a esposa, Tainá Neves de Oliveira, ele teria saído para trabalhar por volta das 17h e feito um último contato com ela às 20h. Depois disso, ele parou de responder a todos e não retornou no horário de costume, à meia-noite.

A família recorreu à seguradora do veículo para ter a localização e achou o carro abandonado, em Nova Esperança, Cariacica, sem o motorista e os pertences dele.

De acordo com a esposa, Jonata havia passado mal no domingo (11) pela manhã e chegou a ser levado a uma unidade de Pronto Atendimento (PA). Depois disso, às 15h, foi até a casa da sogra para descansar. Mais tarde, às 17h, já se sentindo bem, saiu para trabalhar como motorista de aplicativo. Tainá contou que chegou a fazer contato com o marido às 20h48. Depois disso, porém, ele parou de responder.

Jonata costumava, como relatou Tainá, voltar para casa por volta da meia-noite. Às 2h da manhã, como ele ainda não tinha retornado, a família saiu para procurá-lo, recorrendo à seguradora de veículo para ter a localização. A empresa forneceu pontos por onde ele teria passado.

"Primeiro, até mandaram a gente para outro bairro. Chegamos lá, não encontramos nada. Aí, de lá mesmo, pedimos e eles mandaram outro local. Foi quando achamos o carro em Nova Esperança (Cariacica) sem nada. Sem ele, sem documentos e pertences", disse Tainá.

Na sexta-feira (16), Polícia Civil havia informado que o desaparecimento do jovem estava sendo investigado como latrocínio – roubo seguido de morte. Também na sexta (16), por vídeo, o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, Eugênio Ricas, ressaltou que principais suspeitos do crime já  tinham sido identificados.

Neste domingo (18), em vídeo divulgado nas redes sociais, Eugênio Ricas confirmou que o corpo do motorista havia sido encontrado e anunciou a prisão de um dos suspeitos, informando ainda que a polícia mantém buscas por outros dois suspeitos de terem envolvimento no crime. E acrescentou que novas informações serão fornecidas em entrevista coletiva a ser realizada na manhã de segunda-feira (19). "Estamos fazendo o possível para colocar os envolvidos atrás das grades", publicou Ricas em sua conta no Instagram.

Com informações de Caique Verli da TV Gazeta.

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