Publicado em 15 de abril de 2020 às 13:32
Com alvará de funcionamento obtido através de fraude, uma fábrica irregular de álcool em gel foi interditada na tarde desta terça-feira (14), em Cariacica, na Região Metropolitana de Vitória. Duas pessoas suspeitas de envolvimento na produção ilegal foram conduzidas para a Delegacia Patrimonial por colocarem a população em riscos, como o de explosão. >
O nome da empresa não foi divulgado pela polícia. A interdição é resultado de uma operação conjunta realizada entre o Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil e a Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Cariacica. >
O tenente coronel Wagner, do Corpo de Bombeiros, contou que recebeu a denúncia através das redes sociais. Após entender que o local tratava-se de um galpão, foi solicitado o apoio Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) para averiguar o estabelecimento. >
"O grande risco do estabelecimento é a explosão, e caso houvesse - uma vez que havia cheiro forte de gás no momento da nossa abordagem, essa explosão poderia desencadear pessoas feridas, já que tratava-se de um galpão em bairro residencial", afirmou. >
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Ele explicou que, buscando a desburocratização para obtenção do alvará de funcionamento, o Corpo de Bombeiros disponibilizou para empresas capixabas - com até 150 m² e de baixa carga de incêndio - a liberação automática do alvará mediante informações de responsabilidade por parte do proprietário da empresa. Valendo-se disso, a fábrica clandestina conseguiu um alvará através de fraude. >
"A empresa inseriu dados e metragens que não eram verdadeiras e omitiu a alta carga de incêndio do estabelecimento. Por isso, a empresa teve o alvará cassado. O galpão não era adequado para esse tipo de fabricação. Não tinha ventilação e levava risco humano para os trabalhadores e moradores da região", contou. >
De acordo com a delegada Rhaiana Bremenkamp, da titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP), algo que chamou atenção no momento da abordagem é que na fábrica havia grande quantidade de bombonas de mil litros para armazenamento do álcool. >
"Isso indica, ainda será comprovado, que dentro desses tonéis havia álcool de destilaria ou combustível, que não são para uso humano e nem permitido para fabricação de álcool em gel. Verificamos que houve o crime de exposição ao perigo - dos funcionários e da população do bairro residencial, crime contra o consumo - pois faltavam especificações nos rótulos, crime contra a saúde pública - por faltar procedentes dos materiais, e crime contra o meio ambiente - pelo material armazenado de forma irregular", informou . >
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