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Disputa por casa foi motivação para homicídio na Barra do Jucu

Disputa por casa foi motivação para homicídio na Barra do Jucu

Samuel Couto Dias, de 25 anos, foi morto a tiros no começo de novembro deste ano; crime ocorreu próximo à Ponte da Madalena, local turístico da região

Lucas Gaviorno

Estagiário / [email protected]

Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 17:34

Roberto Vilete Vieira, de 52 anos, foi preso após ser apontado pela polícia como o autor do crime
Roberto Vilete Vieira, de 52 anos, foi preso após ser apontado pela polícia como o autor do crime Crédito: Divulgação/Polícia Civil

A polícia finalizou as investigações sobre a morte de um homem próximo à Ponte da Madalena, ocorrida no dia 2 de novembro, na Barra do Jucu, em Vila Velha, e concluiu que o crime foi causado devido à disputa por uma casa. Samuel Couto Dias, de 25 anos, levou três tiros na região do tórax e braço, durante uma discussão com o dono de uma peixaria, identificado como Roberto Vilete Vieira, de 52, apontado como o autor do homicídio e preso preventivamente. 

De acordo com o delegado adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, Adriano Fernandes, o homem executado morou por quatro meses em uma casa que pertencia à irmã de Roberto e ao ex-marido dela, mas estava em litígio após o divórcio — sendo que a decisão de deixar Samuel morar no local partiu de um dos proprietários (ex-cunhado do autor do crime). Além de morar, a vítima armazenava e vendia bebidas no terreno, pois é uma região bastante turística no município canela-verde.

Essa situação acabou irritando a família do atirador, que começou a ter desentendimentos com o novo morador da casa. Inclusive, o imóvel contava com duas residências, com o pai de Roberto morando na residência do andar superior. A polícia pontuou que já houve uma briga entre a vítima e o outro morador, ocasião em que Samuel chegou a empurrá-lo.

Segundo o atirador, o ex-cunhado havia permitido que a vítima morasse no imóvel para afrontar a família de Roberto. A última briga ocorreu no dia 2 de novembro, quando o dono da peixaria e Samuel discutiram após o autor do crime não ter gostado de uma atitude da vítima.

"Ouvimos testemunhas que confirmaram que Samuel estava tirando um entulho de um local e colocando em outro, e o Roberto não gostou da situação porque era como se a posse do terreno fosse dele. Então, ele não gostou dessa ideia do Samuel estar fazendo alguma melhoria naquele terreno. Isso que gerou a discussão que culminou na morte do Samuel", disse o delegado.

Durante a briga, Roberto decidiu ir em casa — que fica ao lado do terreno — para buscar uma arma. O objeto estava registrada no nome dele, mas a posse era permitida apenas em casa ou em ambiente de trabalho. Ao voltar no terreno, o dono da peixaria atirou com a intenção de intimidar Samuel, mas eles continuaram brigando. Roberto decidiu efetuar ao menos três disparos na vítima.

Ao ser interrogado pela polícia, Roberto deu a versão dele para o caso. "Ele alegou que tinha agido em legítima defesa, dizendo que a vítima estava armada com uma faca, e que efetuou os disparos apenas para se proteger", afirmou o delegado.

Após a realização da perícia, laudo e análise de fotos do local do crime, os policiais identificaram que Samuel não estava armado, descartando a versão do autor do crime. O delegado destacou que Roberto agiu de forma exagerada.

"Mesmo que a vítima tivesse armada, se ele quisesse alegar algum outro tipo de legítima defesa, ele agiu de forma totalmente desproporcional, porque a vítima estava aparentemente com a faca e ele efetuou não só um disparo, que poderia ser a legítima defesa, mas não, no mínimo três ele deu na vítima e causou a sua morte instantânea".

Dono de bar foi morto a tiros próximo à Ponte da Madalena, em Vila Velha
O crime ocorreu perto da Ponte da Madalena, uma região turística da Barra do jucu, em Vila Velha Crédito: Ari Melo

O delegado ainda destacou que o crime foi causado por motivo fútil. "Qualquer crime de homicídio a gente considera banal porque ninguém tem o poder de tirar a vida de uma pessoa. Neste contexto, a gente considera como motivo fútil, porque o terreno não era deles". Os dois possuíam passagens criminais: Roberto por ameaça e lesão corporal, e Samuel por agressão contra a ex-esposa. O autor do crime foi indiciado por homicídio doloso e preso preventivamente. A arma utilizada no caso foi apreendida pela Polícia Civil.

A reportagem tenta localizar a defesa e o espaço segue aberto para um posicionamento. 

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