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Publicado em 3 de novembro de 2022 às 10:08
O delegado da Polícia Civil Daniel Augusto Duboc Ferreira virou réu quase sete meses após ter invadido uma sala da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), localizada no bairro Jucutuquara, e ter ameaçado a titular da delegacia. O caso aconteceu no dia 28 de março deste ano e a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) foi recebida pela juíza Gisele Souza de Oliveira no dia 24 de outubro. >
A partir do momento em que Daniel Augusto Duboc Ferreira é considerado réu, a defesa do policial civil é convocada a apresentar respostas à Justiça. Desde que foi preso, na manhã do dia 28 de março, o policial foi afastado, seguindo uma decisão judicial. Ele, no entanto, segue recebendo um salário de delegado da Polícia Civil.>
Denúncia do MPES recebida pela Justiça indica que delegado cometeu os seguintes crimes:
Na decisão, a juíza cita que Daniel Augusto Duboc Ferreira encontra-se em prisão domiciliar, o que foi confirmado pela Polícia Civil e pela Secretaria de Estado de Justiça à reportagem de A Gazeta. De acordo com a Sejus, não consta registro do delegado afastado no sistema prisional.>
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De acordo com o documento confeccionado na audiência de custódia, Duboc teria se irritado por conta de uma divisão de tarefas e entrou na sala da delegada Larissa Lacerda, titular da DPCA. Ele teria se recusado a sair e afirmou que sabia lutar artes marciais, ameaçando a delegada. >
Um trecho do documento aponta que o delegado afirmou que "isso não ia ficar assim", menosprezando e ridicularizando a atuação da colega de trabalho. Em seguida, Duboc foi retirado da sala e levado para fora da delegacia. A porta da unidade foi trancada. Naquele momento, o delegado deu um chute na porta de vidro, que quebrou. Ele, então, recebeu voz de prisão.>
Após o delegado se tornar réu, a reportagem voltou a procurar a Polícia Civil sobre o caso e a corporação informou que a delegada não ficou ferida e não desejou acompanhamento psicológico. >
À época, a Polícia Civil informou que Daniel Duboc estava em descontrole emocional quando entrou na delegacia. Ele foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil, onde foi autuado em flagrante pelos crimes de desacato, dano ao patrimônio público, ameaça e por entrar na sala sem autorização. O delegado chegou a ficar em Alfa 10, presídio de policiais, mas no dia 20 de maio foi colocado em prisão domiciliar. >
A Polícia Civil informou que, no âmbito administrativo, a Investigação Sumária (IS) foi concluída e gerou um Processo Administrativo (PAD), que está em andamento. Ao final do processo, o Conselho de Polícia definirá as punições do servidor.>
Segundo o Portal da Transparência do Espírito Santo, Daniel Augusto Duboc Ferreira está afastado desde o dia 28 de março de 2022 por determinação judicial, sem prazo para voltar. Servidor efetivo do Estado desde abril de 2018, ele ocupa o cargo de delegado de polícia.>
O fato de estar afastado não impede, segundo a Polícia Civil, que ele siga recebendo o salário integral, inclusive auxílio-alimentação e outros benefícios. Em setembro deste ano, na última folha de pagamento disponível no portal da transparência, consta que Daniel Duboc recebeu R$ 10.009,67.>
A reportagem de A Gazeta perguntou à Polícia Civil por qual motivo o delegado afastado segue recebendo salário mensal. A corporação, em nota, informou que para que Daniel deixe de receber o salário é preciso que haja conclusão do processo, com espaço para defesa do denunciado. >
"Para que ocorra a perda dos vencimentos e/ou cargo, o procedimento precisa passar pelo devido processo legal com ampla defesa e contraditório, após a conclusão do Processo Administrativo (PAD) e do julgamento no Conselho de Polícia. Antes da conclusão do processo, só poderão acontecer por determinação judicial", detalhou em nota.>
Apesar de o Tribunal de Justiça do Espírito Santo informar que a juíza recebeu a denúncia enviada pelo MPES, a defesa do delegado, por meio do advogado Rafael Roldi, disse que Daniel Duboc ainda não foi oficialmente citado nos termos do processo, por isso ainda não se manifestará sobre o caso.>
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