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Criminoso acusado de homicídio durante greve da PM no ES é preso no RJ

Criminoso acusado de homicídio durante greve da PM no ES é preso no RJ

Lucas Azevedo Carvalho foi preso em Angra dos Reis na segunda-feira (19); Edson Coelho de Oliveira foi morto na frente da filha e da esposa, na Serra, em 2017

Publicado em 20 de abril de 2021 às 16:50

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À esquerda, Lucas Azevedo Carvalho; à direita, a vítima Edson Coelho de Oliveira
À esquerda, Lucas Azevedo Carvalho; à direita, a vítima Edson Coelho de Oliveira. (Divulgação | Polícia Civil do Espírito Santo)

Acusado de homicídio qualificado, Lucas Azevedo Carvalho foi preso nessa segunda-feira (19), na cidade de Angra dos Reis (RJ). Ele responde pela morte do trabalhador Edson Coelho de Oliveira — que foi assassinado na frente da esposa e da filha, na Serra, durante a paralisação da Polícia Militar do Espírito Santo em 2017.

À frente da investigação, o delegado Rodrigo Sandi Mori classificou o crime como "covarde" e afirmou que foi o que mais chamou a atenção entre todos os que aconteceram no município, durante o período da greve, em razão da brutalidade. Edson morreu aos 33 anos, com um tiro de espingarda no peito.

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A vítima não tinha envolvimento com atividade ilícita, trabalhava como operador de máquina há 13 anos, e foi morta de forma covarde na frente da esposa e da filha de 11 anos

Rodrigo Sandi Mori
Delegado titular da Delegadia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra
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De acordo com as investigações, o trabalhador teria sido confundido por traficantes e implorado para viver. "No dia do crime (19 de fevereiro de 2017), a família voltava da casa de parentes da esposa de Edson, em Feu Rosa, por volta das 22h, e se dirigia a um ponto de ônibus, quando foi abordada", contou o delegado.

Delegado Rodrigo Sandi Mori está à frente da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra e concedeu coletiva sobre o homicídio nesta terça-feira (20)
À frente da DHPP da Serra, Rodrigo Sandi Mori concedeu coletiva sobre o homicídio nesta terça-feira (20). (Divulgação | Polícia Civil do Espírito Santo)

"O criminoso perguntou o nome do Edson, que respondeu. O Lucas repetiu a pergunta, e a vítima respondeu. Ele implorou para que não fosse morto, afirmou que não tinha envolvimento com o tráfico. Mesmo assim, o acusado pediu para que a esposa e a filha se afastassem um pouco e desferiu o tiro", continuou.

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Na época, o Edson não morava mais em Feu Rosa. Segundo familiares, ele tinha deixado o bairro em 2016, em razão da violência

Rodrigo Sandi Mori
Delegado titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra
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Além do assassinato, Lucas Azevedo Carvalho, conhecido como "orelha", era um dos gerentes da Gangue do Poorf, que disputava o domínio em Feu Rosa. "Ela era uma das mais violentas do município da Serra, atuava em Ourimar e foi desarticulada no final de 2017, com a prisão de quase 20 indivíduos", contou Rodrigo.

O inquérito policial foi concluído em agosto de 2017. "Logo depois, ele (Lucas) se evadiu para o Rio de Janeiro, onde conhecia uma pessoa. Em abril de 2019, levantamos que ele estava em Angra dos Reis e tentamos prendê-lo, sem sucesso. Desde então, trocamos informações com a Polícia Civil fluminense", disse.

Acusado de homicídio qualificado por motivo torpe e por impossibilitar a defesa da vítima, Lucas Azevedo Carvalho, de 24 anos, já é réu em uma ação penal no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) e está preso preventivamente. Ele será recambiado para o Estado capixaba, onde será ouvido em depoimento.

CRIMES DA ÉPOCA DA GREVE SEGUEM EM INVESTIGAÇÃO

No final da coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (20), em Vitória, o delegado Rodrigo Sandi Mori reforçou que este é "mais um caso que aconteceu durante o período da greve da Polícia Militar" e que nenhum "foi esquecido". Ao todo, aconteceram 51 homicídios na Serra, durante a paralisação.

"Cerca de 60% desses crimes já foram elucidados. E desses 60%, a maioria das pessoas envolvidas está presa", garantiu. "Pedimos aos familiares das vítimas que nos procurem, para ajudar no fechamento dos inquéritos em andamento e na prisão dos autores. São crimes mais difíceis de serem elucidados, mas não medimos esforços", finalizou.

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