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Condenado por matar Gabriela Chermont é preso por tráfico no ES

Condenado por matar Gabriela Chermont é preso por tráfico no ES

O empresário Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, que estava fora da cadeia desde agosto de 2021, foi detido nesta quinta-feira (6), junto com o filho e a nora

Publicado em 6 de outubro de 2022 às 20:40- Atualizado há 2 anos

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Gabriela Chermont morreu na madrugada de 21 de setembro de 1996
Gabriela Chermont morreu na madrugada de 21 de setembro de 1996. (Arquivo da família)
Júlia Afonso
Repórter / [email protected]

O empresário Luiz Cláudio Ferreira Sardenberg, acusado de matar a ex-namorada Gabriela Regattieri Chermont, em 1996, foi preso nesta quinta-feira (6) durante uma operação da Polícia Civil, que investiga uma organização criminosa de tráfico interestadual de "drogas elitizadas". O filho dele, Matheus Salomão Sardenberg, e a namorada do filho, Bárbara Braga, também foram capturados. A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual da Justiça (Sejus).

Segundo a Sejus, pai e filho deram entrada no Centro de Detenção Provisória de Guarapari, por tráfico de drogas. Barbara, influenciadora digital, foi para o Centro Prisional Feminino de Cariacica. A Polícia Civil disse que não vai dar detalhes do caso no momento.

Condenado por matar Gabriela Chermont é preso por tráfico no ES

Sardenberg foi condenado a 23 anos e 3 meses de prisão, no dia 12 de novembro de 2020, 24 anos após a morte de Gabriela Chermont. À época, ele já saiu preso do Fórum Criminal de Vitória, depois de três dias de julgamento.

Apesar disso, no dia 4 de agosto de 2021, o empresário deixou o presídio após a sexta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir pela liberdade dele enquanto o recurso já apresentado pela defesa era julgado.

RELEMBRE COMO FOI O JULGAMENTO

Aos 19 anos, Gabriela morreu após cair do décimo segundo andar de um hotel em Vitória, na madrugada de 21 de setembro de 1996. O júri popular, que havia sido adiado nove vezes, teve a duração de três dias. Sete jurados — quatro mulheres e três homens — foram sorteados para participar do júri popular e definir o destino do réu.

A tese da acusação, desenvolvida pelo Ministério Público junto à assistência de acusação, contratada pela família da vítima, sustentou a impossibilidade de suicídio, haja vista que Gabriela nunca enfrentou depressão, tendo sido uma jovem feliz e cheia de amigos.

Além disso, a acusação apontou o uso de drogas como cocaína pelo réu, somado ao uso de álcool, o que pode ter contribuído para a ação violenta de Luiz Cláudio.

Já a defesa, sustentada pelo advogado Raphael Câmara, apontou a tese de suicídio pela vítima, que teria mantido um relacionamento saudável de quatro anos com Luiz Cláudio. No entendimento do juri, Luiz Claudio Ferreira Sardenberg agrediu e jogou Gabriela Regattieri Chermont da sacada do 12º andar. Questionado, o advogado do réu se limitou a afirmar que pretende recorrer da decisão.

OPERAÇÃO CONTRA DROGAS ELITIZADAS

Polícia Civil realiza uma operação desde a manhã desta quinta contra o tráfico interestadual de drogas no Espírito Santo e em Minas Gerais. Informações apuradas por A Gazeta dão conta de que são cerca de 200 agentes. O objetivo é cumprir 14 mandados de prisão e 27 de busca e apreensão em Vitória, Serra e Vila Velha.

Em Vitória, há a confirmação de que a ação se concentra em bairros de classe média alta, como Praia do Canto, além de Jardim da Penha.

Operação da Polícia Civil contra tráfico de drogas no ES e MG
Operação da Polícia Civil contra tráfico de drogas no ES e MG. (Ari Melo)

A ação mira criminosos que comercializam haxixe e ecstasy, consideradas "drogas elitizadas". Os envolvidos com o crime atuam no Espírito Santo e em Minas Gerais, mas também enviam os materiais para outros Estados.

O titular da Delegacia Especializada em Narcóticos (Denarc) de Guarapari, delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, explicou que a organização criminosa, alvo da operação, usufrui da estrutura portuária para a aquisição de drogas oriundas da Europa e comercialização dessas substâncias em todo o país.

"Os alvos fornecem drogas que são revendidas em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro e, acreditamos, que em vários outros locais. Há indícios que sugerem que essa organização abastece com uma droga específica, o haxixe, outros traficantes em todo o país", afirma.

O QUE DIZ A DEFESA

A defesa de Bárbara Braga entrou em contato com a reportagem de A Gazeta para se posicionar sobre o caso.

"Bárbara não tem e nunca teve papel de protagonismo na organização, pelo contrário, tinha seu nome usado e nunca usufruiu de nenhum centavo sequer do valor que era movimentado. Desde o primeiro momento, quando soube que a polícia civil estava em sua casa, se dirigiu espontaneamente até eles. Posteriormente, sua defesa procurou as autoridades para esclarecer todos os fatos, apresentar documentos e contraprovas afim de demonstrar que Bárbara nunca foi integrante ativa de nenhuma organização voltada à prática delitiva", declarou o advogado Rodrigo Bandeira de Mello.

Errata Atualização
14 de outubro de 2022 às 15:40

O advogado que faz a defesa de Bárbara Braga, uma das presas na operação, entrou em contato com a reportagem para um posicionamento. O texto foi atualizado.

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