Reporter / jsimoura@redegazeta.com.br
Publicado em 8 de julho de 2025 às 13:00
Em janeiro deste ano, dois homens foram mortos no bairro Lagoa de Jacaraípe, na Serra, no Espírito Santo. No começo, o caso era tratado como uma briga que terminou em mortes, mas a investigação policial apontou uma reviravolta: na verdade, um motorista de aplicativo reagiu a assalto e acabou matando dois dos três suspeitos — um adolescente de 17 anos e Márcio Vinicius dos Santos Henkert, de 21. O terceiro homem, Flávio Henrique Augusto da Silva, 21 anos, conseguiu fugir, mas foi preso meses depois do crime.
Após as investigações — com depoimento da vítima e um vídeo revelador, que abre esta reportagem — tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público concluíram que o motorista de 30 anos agiu em legítima defesa e o caso foi arquivado. No entanto, o condutor foi autuado por porte ilegal de arma e responderá em liberdade. O delegado Rodrigo Sandi Mori, Chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa da Serra, explicou que o motorista de aplicativo tinha apenas o registro de posse da arma, portanto não poderia estar com ela fora de casa.
"A lei é bem clara quando se aplica a legítima defesa. Ele (o motorista) estava em desvantagem numérica. Eram três indivíduos contra um, estava sofrendo uma agressão e o único meio que tinha para se defender sua vida naquele momento era a arma de fogo, que ele utilizou moderadamente", explica Sandi Mori.
Três dias após o crime, o motorista de aplicativo foi à delegacia acompanhado de advogado e reconheceu o celular recuperado pela polícia. Lá, contou o que passou no dia da tentativa de assalto. "Entendi pela excludente da ilicitude e apliquei a legítima defesa na conclusão do inquérito. Eu sugeri o arquivamento diante de todas as provas e o Ministério Público acolheu o meu pedido", finalizou o delegado.
Flávio, o terceiro suspeito, foi preso meses depois, em maio, no bairro São Judas Tadeu. Ele vai responder por tentativa de latrocínio e corrupção de menores. A reportagem não localizou a defesa. O espaço segue aberto para manifestação.
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