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Caso Maiara: dois meses após assassinato no ES, crime não tem resposta

Caso Maiara: dois meses após assassinato no ES, crime não tem resposta

O crime aconteceu em 11 de setembro deste ano em Cariacica; nenhum suspeito foi preso e, apesar de ainda não ter nenhum desfecho, a polícia diz que continua fazendo diligências

Publicado em 12 de novembro de 2019 às 22:48

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Maiara foi assassinada em Cariacaica. (Gazeta Online)

Dois meses se passaram e o clima de mistério sobre o assassinato de Maiara de Oliveira Freitas, de 26 anos, continua. A operadora de telemarketing foi executada a tiros dentro da casa dela, na frente da filha de 4 anos, no dia 11 de setembro deste ano no bairro Antônio Ferreira Borges, em Cariacica.

Questionada se tem alguma novidade sobre o caso, sobre o que apontam as investigações ou algum detalhe que poderia ser divulgado para deixar claro que ainda há busca pelos assassinos, a Polícia Civil respondeu somente que o caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).

O órgão relatou que diligências estão em andamento e outros detalhes não podem ser passados por enquanto.

Maiara foi assassinada por dois homens encapuzados que invadiram a casa onde ela morava, em Cariacica. Na ocasião, os suspeitos se passaram por policiais. Apesar de ser executada na frente da filha de 4 anos, a criança não ficou ferida.

Há um mês, a polícia havia informado que identificou que pelo menos três bandidos participaram do crime. Eles chegaram ao endereço da vítima durante a madrugada. Um deles ficou em um veículo do lado de fora enquanto dois comparsas invadiram o imóvel encapuzados. 

Perguntada nesta terça-feira (12) se os três bandidos identificados foram ouvidos, presos ou liberados, a Polícia Civil ainda não respondeu até a publicação desta matéria.

CRIME PODE SER POR VINGANÇA

Momentos após o crime, familiares relataram para A Gazeta que a vítima morava no bairro há duas semanas. A jovem não tinha passagem pela polícia. A suspeita é de que a operadora de telemarketing tenha sido morta por vingança, já que há cerca de um ano, o namorado dela foi morto no bairro e Maiara teria ajudado a polícia na investigação (e chegou ser ameaçada por isso). Ela se mudou para Minas Gerais e retornou a Antônio Borges cerca de 14 dias antes do assassinato.

DEPUTADO ENCOMENDOU MORTE DE ASSASSINO

O deputado estadual Capitão Assumção (PSL) usou a tribuna da Assembleia Legislativa no mesmo dia em que Maiara foi morta. Ele chegou oferecer R$ 10 mil para quem matasse o suspeito de ter assassinado a jovem Maiara de Oliveira, em Cariacica.

"[Tenho] R$ 10 mil aqui do meu bolso pra quem mandar matar esse vagabundo, isso não merece tá vivo não. Eu tiro do meu bolso quem matar esse vagabundo aí. Não vale dar onde ele tá localizado não, tem que entregar o cara morto, aí eu pago”, disse o deputado durante fala no plenário.

Após o comentário, o deputado pode chegar a perder o mandato por causa das declarações dadas na tribuna da Assembleia Legislativa do Espírito Santo.

Assumção está respondendo na Corregedoria por conta de seu discurso do dia 11 de setembro. Segundo especialistas, com a conduta foi configurado o delito de incitação ao crime, previsto no artigo 286 do Código Penal.

FAMÍLIA DE MAIARA SE PRONUNCIOU SOBRE FALA DE DEPUTADO

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Na ocasião, uma parente de Maiara que não quis se identificar se pronunciou depois da declaração do deputado estadual, e destacou que a violência não é o caminho para a justiça diante do abalo e sofrimento que a família está vivendo depois do crime. Já nesta terça-feira (12), a família da mulher assassinada não quis conversar com a imprensa e relatou ter medo de falar sobre o assunto.

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