Publicado em 16 de julho de 2020 às 12:19
O número de atendimentos a mulheres em situação de violência praticamente quadruplicou na Defensoria Pública do Estado em 2020 em comparação com o mesmo período no ano passado. Entre os meses de março e junho, foram 285 atendimentos ao contrário dos 73 registrados nos mesmos meses de 2019. O órgão também registrou 61 pedidos de medidas protetivas. Para entender melhor o cenário no qual as mulheres estão inseridas, a Defensoria realizou uma pesquisa com as solicitantes dessas medidas. >
Nos últimos dias, o Estado registrou casos graves de violência contra a mulher. Em um deles, uma auxiliar de limpeza teve a orelha dilacerada após uma mordida dada pelo próprio companheiro em Jardim Carapina, na Serra. >
Durante a pandemia do novo coronavírus e para facilitar o acesso das mulheres às medidas protetivas, a Defensoria Pública disponibilizou um formulário on-line, por meio do seu site, e um canal de WhatsApp para atendimento das demandas. De oito de maio até 13 de julho foram recebidos 61 pedidos de medidas protetivas por essas ferramentas.>
O órgão realizou uma pesquisa com as solicitantes dessas medidas protetivas. O estudo apontou que 59,2% foram agredidas pelos maridos ou companheiros, 100% sofreram agressão psicológica, 57,1% sofreram agressão moral, 34,7% foram vítimas de agressão física, 24,5% sofreram agressão patrimonial e 4,1% sofreram violência sexual.>
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De acordo com as defensoras públicas que prestam atendimento às mulheres, as agressões ocorrem simultaneamente ou alternadamente e, em muitos casos, são subnotificadas.>
Segundo Maria Gabriela Agapito, coordenadora de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, o aumento do número de atendimentos a mulheres em situação de violência registrado pela Defensoria não significa aumento nos índices de violência de gênero. Isso porque, apesar das medidas de isolamento social configurarem um ambiente propício para o aumento da incidência deste tipo de violência, há ainda uma grave situação de subnotificação.>
A coordenadora explica que essa situação é agravada pelo monitoramento constante do agressor e o crescimento da vulnerabilidade social, dificultando ainda mais que as mulheres nessa situação acionem a rede de atendimento e os canais de denúncia.>
Maria Gabriela acredita que uma das causas para o crescimento da quantidade de atendimentos é o aumento do número de defensoras em atuação no núcleo. Em 2019, tínhamos apenas uma e agora contamos com o apoio de mais três que realizam os atendimentos encaminhados pelos centros de referência de atendimento às mulheres, bem como dos formulários de medidas protetivas on-line, explica.>
O atendimento às mulheres em situação de violência doméstica é feito por meio do WhatsApp (027) 99837-4549 e o canal para solicitar medidas protetivas on-line pode ser acessado neste link: https://tinyurl.com/yacohef4.>
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