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Advogado que esfaqueou eletricista na Serra fez namorada refém em abril

Advogado que esfaqueou eletricista na Serra fez namorada refém em abril

As semelhanças entre os casos é o que chama a atenção. Nesta quinta (1), a polícia invadiu o apartamento do advogado, após ele esfaquear um eletricista e ameaçar explodir o apartamento

Publicado em 1 de outubro de 2020 às 17:31

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Advogado que surtou e esfaqueou homem na Serra já fez namorada refém por 6h em abril
Advogado que surtou e esfaqueou homem na Serra já fez namorada refém por 6h em abril. (Carlos Alberto Silva)

O advogado Marcelo Melo, que durante um surto esfaqueou um eletricista em um condomínio em Chácara Parreiral, na Serra, nesta quinta-feira (1), é investigado por também ter feito a namorada refém por seis horas no dia 13 de abril deste ano.

Advogado que esfaqueou eletricista na Serra fez namorada refém em abril

As semelhanças entre os casos é o que chama a atenção. Nesta quinta (1), a polícia invadiu o apartamento do advogado, após ele esfaquear um eletricista e ameaçar explodir o apartamento e o prédio.

A Companhia Independente de Missões Especiais (CIMEsp) foi acionada para tentar negociar com o homem, que a todo momento demonstrava falta de lucidez. Após a invasão do imóvel, ele foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao DPJ da Serra.

Já em abril, A Gazeta noticiou que a mulher de 24 anos viveu momentos de pânico e passou cerca de seis horas sob poder do advogado de 47 anos, no bairro Castelândia, na região de Jacaraípe, na Serra.

Com uma faca, o homem, que era casado e mantinha um caso extraconjugal, também foi preso após horas de negociação e levado para a Delegacia do Plantão da Mulher, em Vitória.

Em consulta ao site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), foi constatado que Marcelo foi preso em flagrante na ocasião. A defesa do acusado pediu pela liberdade provisória dele — o que foi atendido pela juíza Raquel de Almeida Valinho, com as condições de que ele cumprisse algumas medidas cautelares.

A magistrada ainda diz, na decisão, que a vítima relatou que possuía interesse em manter o relacionamento e que não tinha medo do advogado, que acreditava que o episódio tinha sido esporádico. Além disso, ela não quis representar criminalmente contra Marcelo. Por fim, a prisão foi substituída pelas seguintes medidas cautelares:

  • Proibição de sair da Grande Vitória sem prévia autorização do juiz;
  • Comparecimento a todos os atos do processo, devendo manter o endereço atualizado;
  • Proibição de frequentar bares, boates, prostíbulos e locais semelhantes;
  • Recolhimento domiciliar de 20h às 6h.

De acordo com a juíza, a vítima não quis realizar o pedido de medidas protetivas. O documento diz que, se Marcelo descumprisse qualquer medida imposta pela Justiça, poderia ter a prisão preventiva decretada. Por fim, a ele foi concedida a liberdade provisória sem fiança, mediante o cumprimento das condições. 

A juíza também pediu que Marcelo passasse por um tratamento de dependência química/alcoolismo e ele foi encaminhado para a Gerência de Reintegração Social e Cidadania.

O QUE DIZ A OAB-ES

Por conta do crime de abril, Marcelo teve a carteira profissional da Ordem dos Advogados do Brasil — Seccional Espírito Santo (OAB-ES) suspensa. O órgão disse, em nota, que acompanha o novo caso.

O advogado Marcelo Santos de Melo está com a carteira da OAB-ES suspensa desde o último crime
O advogado Marcelo Santos de Melo está com a carteira da OAB-ES suspensa desde o último crime. (Reprodução | OAB-ES)

"A OAB-ES informa que o advogado envolvido em uma ocorrência nesta quinta-feira, 1º/10, em um condomínio do bairro Chácara Parreiral, na Serra, encontra-se com a carteira profissional suspensa, por suposto envolvimento em crime anterior. A Ordem está acompanhando esse novo caso para tomar as providências cabíveis, observando o Código de Ética e Disciplina e as prerrogativas da advocacia".

RELEMBRE O PRIMEIRO CASO

Na época do crime, em 13 de abril deste ano, vizinhos da residência que acionaram a Polícia Militar por volta das 19h30, depois que ouviram muitos gritos da mulher, que pedia por socorro.

Após serem acionados, os policiais da Companhia Independente de Missões Especiais iniciaram uma longa negociação com o sequestrador, que adentrou a madrugada de 14 de abril.

À época, por várias vezes o advogado dizia aos policiais que conhecia as técnicas de negociações utilizadas, porque já teria servido às Forças Aeronáuticas. O homem, inclusive, debochava dos militares que tentavam resgatar a mulher e dizia, ao se aproximar das janelas, que não o fariam de "bobo".

Ainda assim, os negociadores pediam a todo momento que o advogado não matasse a mulher. Atiradores de elite chegaram a ser posicionados, porém, não foi preciso efetuar um disparo.

O sequestro ocorreu na Serra e o responsável pelo sequestro se rendeu após horas de negociação
O sequestro ocorreu na Serra e o Marcelo se rendeu após horas de negociação. (Reprodução/TV Gazeta)

Os policiais que atenderam a ocorrência observaram que o advogado utilizava uma faca para manter a namorada refém, inclusive colocando-a por várias vezes no pescoço a vítima. Após uma negociação prolongada, por volta das 2h da madrugada o homem se rendeu e foi preso.

A mulher foi socorrida com diversos ferimentos e escoriações pelo corpo, teve mechas da parte frontal do cabelo arrancado pelo sequestrador, sofreu cortes feitos com faca em um dos braços e também em alguns dedos. O sequestrador prestou depoimento na Delegacia da Mulher. A esposa e os filhos do advogado estiveram na delegacia para acompanhar o depoimento. 

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