Publicado em 24 de abril de 2025 às 13:19
Um homem de 45 anos foi morto a tiros durante ação policial em Cobi de Baixo, Vila Velha, na noite de quarta-feira (23). A Polícia Militar diz que Iran Soares de Jesus reagiu à detenção, agredindo um PM e tentando pegar a arma dele. Outras testemunhas negam a versão.
A corporação militar divulgou que uma equipe policial fazia patrulhamento, quando recebeu informações de que criminosos da facção de tráfico de drogas Primeiro Comando Vermelho (PCV) estariam planejando um ataque no bairro Vasco da Gama, em Cariacica — área que enfrenta conflitos com Cobi de Baixo após uma racha na organização criminosa.
Em Vasco da Gama, algumas pessoas confirmaram que homens em três motociclistas passaram pelo bairro efetuando disparos de arma de fogo. Uma delas contou à PM que o ataque estaria ligado a Iran — conhecido na região como integrante da facção de Cobi de Baixo, segundo a polícia. Os militares seguiram até a Avenida Brasil, em Cobi de Baixo, e encontraram o homem apontado como suspeito.
Os militares narraram em boletim de ocorrência que Iran correu para dentro de uma casa ao perceber a aproximação policial. A equipe conseguiu abordá-lo, ele se apresentou com o nome do irmão, mas foi desmentido pela própria mãe. Quando foi dada a voz de prisão, Iran teria partido para cima de um dos militares, tentando tomar a arma, e deu um soco no rosto dele. Durante a luta entre os dois, o policial deu três tiros.
O baleado foi levado pelos PMs ao Pronto Atendimento de Alto Lage, em Cariacica, mas ele acabou morrendo. No imóvel onde ele estava foram encontrados um revólver calibre 38 com seis munições e três radiocomunicadores.
Uma pessoa que presenciou toda a ação e que não será identificada por questões de segurança deu outra versão para a história narrada pela Polícia Militar. "Ninguém saiu correndo. Estávamos na rua no momento, e dentro dessa situação só vimos os policiais chegando, já entrando na casa de Iran. Depois, já vimos eles descerem com um lençol trazendo o homem baleado ", contou ao repórter Diony Silva, da TV Gazeta.
A família de Iran também foi procurada, mas não quis dar entrevista — apenas um parente comentou que Iran estava em casa já quando os militares já chegaram fazendo a abordagem.
O caso será investigado pela Polícia Civil. Segundo a Secretaria de Estado da Justiça, Iran teve entradas e saídas do sistema prisional a partir de julho de 2009, por crimes de roubo e receptação. Ele estava solto desde abril de 2023.
Mortes em ações policiais
Essa é a segunda morte durante ação da PM em dois dias. Na terça (22), Iran Felipe Rocha Lira, de 20 anos, morreu após confronto no bairro Primeiro de Maio, em Vila Velha. Segundo a corporação, ele tinha envolvimento com o tráfico de drogas e pertencia a uma facção.
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