Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 21:04
Pela primeira vez usada no Espírito Santo, a técnica do DNA Ambiental ou eDNA, catalogou 123 espécies novas de bentos no Rio Doce - animais invertebrados subaquáticos com no máximo cinco milímetros. Eles foram encontrados no estuário do Rio Doce, que é o local onde o rio se encontra com o mar na região de Regência, no município de Linhares. >
Segundo o pesquisador e professor do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ângelo Bernardino, essa é uma técnica que permite a identificação de um enorme número de espécies através do sequenciamento de DNA presente em sedimentos. >
No caso da pesquisa desenvolvida no estuário do Rio Doce, foram coletados sedimentos provenientes da barragem da Samarco, que rompeu em novembro de 2015 e avançou sobre o Rio Doce. É similar aos programas de séries policiais onde se encontra alguém pelos traços de sua pele, cabelo ou sangue. Onde existir DNA, temos a capacidade de identificar a identidade de sua origem, explica.>
Após a coleta de sedimentos, é feito no laboratório da Ufes a extração do DNA. Posteriormente, esse DNA é levado para os Estados Unidos para sua identificação. A técnica, chamada de sequenciamento de última geração, faz a identificação de cada fragmento das centenas de espécies que viviam naquele ambiente no momento da coleta de amostras. Da coleta até o resultado final, leva-se cerca de um ano. >
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Bernardino explica que, com 300 gramas de sedimentos, é possível extrair todas as informações e identificar de uma maneira quase automatizada. Destaca ainda que os estudos anteriores eram baseados em dados morfológicos dos organismos vivos. >
O problema das técnicas tradicionais é a demora e a fragilidade na identificação visual das espécies, porque, manualmente, os pesquisadores olham um organismo de um milímetro de tamanho na lupa. A tendência ao erro é muito grande. Outro problema é o número de indivíduos. Em 300 gramas de sedimento, há milhares de organismos. É um trabalho árduo contar e identificar cada um desses animais. Então, com o eDNA, as técnicas moleculares de sequenciamento estão muito avançadas, finaliza.>
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