Publicado em 26 de dezembro de 2019 às 21:19
A altinha, prática esportiva que ganhou as praias capixabas, pode ter espaço reduzido em Vitória neste verão. Um projeto de lei de autoria do vereador Max da Mata propõe a limitação da atividade na Capital nos meses de alta temporada, em praias com extensão de até 200 metros. A proposta foi aprovada por unanimidade na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (26) e gerou polêmica entre praticantes da altinha. >
O projeto de lei prevê a regulamentação da altinha em praias menores, como Ilha do Boi, Ilha do Frade e Enseada do Suá, nos fins de semana dos meses de dezembro, janeiro e junho, quando Vitória recebe um número maior de turistas. O vereador Max da Mata ressaltou que o objetivo não é proibir a prática de altinha nas praias da Capital, mas limitar o espaço da atividade. >
"Queremos que a prefeitura estabeleça um local para a prática de altinhas em praias que tenham até 200 metros de extensão, e que, durante esse período do ano, ficam ainda mais cheias. Não existe um cunho de proibir a atividade, tanto que não estão previstas punições para quem não respeitar o espaço. Nós queremos conscientizar os praticantes da altinha para evitar confusões nas praias de uma bola cair nos banhistas, por exemplo", explicou.>
De acordo com Max, confusões tem sido frequentes em praias por causa da prática da altinha em locais com pouco espaço. Em setembro deste ano, banhistas e praticantes da atividade se envolveram em uma briga na Ilha do Boi após uma bola atingir a cabeça de um homem. Segundo o vereador, é preciso evitar que este tipo de situação aconteça.>
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"As pessoas querem ir para a praia curtir o dia, relaxar. Elas não podem ficar levando boladas. Mais uma vez, não queremos proibir a altinha, nós queremos que haja um espaço delimitado para a prática que não afete os banhistas", declarou. >
O projeto de lei, contudo, não foi bem aceito por praticantes da atividade. Nas redes sociais, o grupo Canalta Classe, que incentiva e promove eventos de altinha em Vila Velha, subiu a hashtag #MinhaBolaNãoÉIlegal. De acordo com um dos criadores do grupo, João Lucas de Souza, 22, vários projetos sociais são desenvolvidos em escolas por meio da altinha.>
"Existe muita gente que pratica a altinha nas praias do Espírito Santo. Em Vila Velha, nunca tivemos problema, inclusive a prefeitura incentiva a prática. A altinha não é apenas uma prática esportiva, ela une pessoas, traz jovens para o esporte", declarou.>
Praticante da altinha há oito meses, o professor Edny Vinicius, 38 anos, acha que é preciso dialogar e conscientizar as pessoas. Para ele, a lei é uma medida muito radical e que vai prejudicar a movimentação nas praias de Vitória.>
"A praia é para todos, inclusive para quem pratica altinha. Não vejo porque criar uma lei, principalmente que vai afetar o verão nas praias", destacou.>
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