Publicado em 19 de abril de 2020 às 11:59
Após a confirmação pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), Otto Fernando Baptista, do resultado positivo para a Covid-19 em um médico que atua na linha da frente do combate à pandemia no Hospital Estadual Jayme dos Santos Neves, na Serra, a reportagem conversou com a autoridade para entender o panorama de casos do novo coronavírus entre médicos no Espírito Santo. Apesar da possibilidade de subnotificação, são 17 casos já confirmados no grupo profissional. >
A Gazeta também demandou a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) sobre o caso do médico que trabalha no Hospital Jayme dos Santos Neves, pedindo confirmação sobre o resultado positivo e a situação de saúde dele e dos cuidados com ele. Também perguntamos sobre quantos médicos e/ou profissionais da saúde testaram positivo para coronavírus, mas ainda não recebemos resposta.>
Segundo Baptista, existe a certeza outros casos ainda não contabilizados. "Existe subnotificação, até porque a turma está na linha de frente há mais de 14 dias, o que significa que só agora começarão a aparecer outros profissionais manifestando a doença, por conta do período de incubação do vírus", relatou.>
A respeito das diretrizes que vêm sendo adotadas pelo sindicato, Otto Baptista explica que houve cobrança de fiscalização pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e que a entidade sindical vem acompanhando também as fiscalizações realizadas pelo Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES). "Estamos em um trabalho semelhante ao do CRM. Recebemos denúncias por email, vamos também às unidades de saúde. Mas não houve pedido de intervenção direta, para fechar locais", informou.>
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"Estamos tirando a sobrecarga dos locais e temos canal direto com o secretário de Saúde. Estamos carentes de alguns itens, por vezes de máscaras adequadas, que são vários modelos para cada ambiente hospitalar, e algumas dificuldades com álcool gel, por exemplo, que está quase sendo racionado em alguns segmentos. Na linha de frente,é necessário um equipamento de proteção individual (EPI), na enfermaria já é outro, na UTI é outro, incluindo avental, luva, capacete. As unidades, da menor possível, de atendimento básico, até uma UTI, seja no setor público ou no privado, têm pontos de carência de EPIs", afirma.>
Acionado pela reportagem, o CRM-ES informou que o risco de contaminação em profissionais da saúde é alto devido à necessidade de contato com pacientes, mesmo adotando todos os cuidados necessários. Além disso, acrescentou que o uso de EPI é fundamental para a segurança, ainda que não garanta que os riscos sejam 100% eliminados. Em nota, o Conselho orientou que os atendimentos médicos sejam feitos somente com o uso do EPI adequado. >
EPIs em falta nos centros de saúde
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