Após a confirmação pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), Otto Fernando Baptista, do resultado positivo para a Covid-19 em um médico que atua na linha da frente do combate à pandemia no Hospital Estadual Jayme dos Santos Neves, na Serra, a reportagem conversou com a autoridade para entender o panorama de casos do novo coronavírus entre médicos no Espírito Santo. Apesar da possibilidade de subnotificação, são 17 casos já confirmados no grupo profissional.
A Gazeta também demandou a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) sobre o caso do médico que trabalha no Hospital Jayme dos Santos Neves, pedindo confirmação sobre o resultado positivo e a situação de saúde dele e dos cuidados com ele. Também perguntamos sobre quantos médicos e/ou profissionais da saúde testaram positivo para coronavírus, mas ainda não recebemos resposta.
Segundo Baptista, existe a certeza outros casos ainda não contabilizados. "Existe subnotificação, até porque a turma está na linha de frente há mais de 14 dias, o que significa que só agora começarão a aparecer outros profissionais manifestando a doença, por conta do período de incubação do vírus", relatou.
A respeito das diretrizes que vêm sendo adotadas pelo sindicato, Otto Baptista explica que houve cobrança de fiscalização pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e que a entidade sindical vem acompanhando também as fiscalizações realizadas pelo Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES). "Estamos em um trabalho semelhante ao do CRM. Recebemos denúncias por email, vamos também às unidades de saúde. Mas não houve pedido de intervenção direta, para fechar locais", informou.
"Estamos tirando a sobrecarga dos locais e temos canal direto com o secretário de Saúde. Estamos carentes de alguns itens, por vezes de máscaras adequadas, que são vários modelos para cada ambiente hospitalar, e algumas dificuldades com álcool gel, por exemplo, que está quase sendo racionado em alguns segmentos. Na linha de frente,é necessário um equipamento de proteção individual (EPI), na enfermaria já é outro, na UTI é outro, incluindo avental, luva, capacete. As unidades, da menor possível, de atendimento básico, até uma UTI, seja no setor público ou no privado, têm pontos de carência de EPIs", afirma.
Acionado pela reportagem, o CRM-ES informou que o risco de contaminação em profissionais da saúde é alto devido à necessidade de contato com pacientes, mesmo adotando todos os cuidados necessários. Além disso, acrescentou que o uso de EPI é fundamental para a segurança, ainda que não garanta que os riscos sejam 100% eliminados. Em nota, o Conselho orientou que os atendimentos médicos sejam feitos somente com o uso do EPI adequado.
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