> >
Pais viajam mais de 5h e não conseguem marcar consulta no Infantil de Vila Velha

Pais viajam mais de 5h e não conseguem marcar consulta no Infantil de Vila Velha

Mesmo após mudança na gestão, continuam os problemas de marcação de consultas no Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba). Pais e responsáveis por pacientes do interior do Estado vão ao local e não conseguem fazer marcação

Publicado em 11 de novembro de 2019 às 12:23

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba). (José Carlos Schaeffer)
Pais viajam mais de 5h e não conseguem marcar consulta no Infantil de Vila Velha

Mesmo com mudança na gestão e a promessa de problemas recorrentes serem resolvidos, quem procura o Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba) continua relatando dificuldades em conseguir atendimento. Pais e responsáveis seguem com dificuldades para fazer o agendamento de consultas, problema constante registrado por A Gazeta nos últimos meses.

Antes, a dificuldade era conseguir contato pelo telefone disponibilizado para marcações. Agora, quem precisa fazer a marcação afirma que um problema no sistema está sendo a justificativa de funcionários dos hospital. Com isso, quem vai ao Himaba em busca de uma solução acaba perdendo viagem. E em muitos casos, uma longa viagem.

Morador de São Mateus, no Norte do Estado, o eletricista Edilson Zambi, de 47 anos, havia marcado uma consulta para o filho de 14 anos na última segunda-feira (4). No entanto, ela foi desmarcada. Depois de tentar um novo agendamento por telefone, mas sem sucesso, ele foi orientado a ir pessoalmente ao hospital. Ele compareceu ao Hospital Infantil na manhã desta segunda-feira (11), mas, mesmo depois de enfrentar cinco horas e meia de viagem para estar lá, o problema também não foi resolvido.

Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba). (José Carlos Schaeffer)

"Só pegaram meu nome e disseram que vão entrar em contato. Eu quero saber do poder público quando que vai ser a cirurgia do meu filho. A gente paga nossos impostos em dia", desabafou.

Quem também veio de longe e não conseguiu resolver o problema foi a funcionária pública Carolina Marsaglia, de 40 anos. Moradora de Linhares, ela disse ter feito um pré-agendamento a ser confirmado hoje, mas não conseguiu marcar a consulta para o filho de 4 anos, que tem amigdalite.

"Meu filho está aguardando cirurgia. Ele tem dificuldade para dormir. É muito frustrante, eu estou muito abalada. Saí de casa às 3h30, paguei uma pessoa para trabalhar para mim hoje, chego aqui e não consigo marcar. É um descaso muito grande".

Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba). (José Carlos Schaeffer)

Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou, por nota, que "o Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba) não teve o atendimento interrompido durante a transição das organizações sociais, e que todos os serviços da unidade estão funcionando".

Disse ainda que "devido a gestão anterior do hospital ter descontinuado a marcação de consultas, o novo Instituto, que assumiu o gerenciamento da unidade, está organizando o sistema para que durante esta semana o agendamento seja normalizado". O órgão informou que  "somente a marcação de consultas para o mês de dezembro é que ainda não está regularizada".

E completou que "ajustes estão sendo feitos em relação a marcação de consultas de retorno, já que as consultas de primeira vez são feitas por meio do Sistema Estadual de Regulação a partir da solicitação dos municípios, e não diretamente pelos usuários".

A reportagem de A Gazeta está tentando contato com o Instituto de Gestão e Humanização (IGH), antigo gestor do Himaba, para que se posicione com relação à descontinuação da marcação de consultas em sua gestão, citada pela Sesa. Assim que houver retorno, este texto será atualizado.

ATUALIZAÇÃO: Em entrevista à reportagem, a diretora-geral do IGH Espírito Santo, Ana Kércia Xavier, afirmou que não era responsabilidade do IGH prover a escala de agendamentos de dezembro, visto que o contrato da Organização Social terminaria no dia 13 de novembro.

"Não tinha como o IGH encaminhar a escala de dezembro, se os funcionários não tinham contrato firmado com a nova organização social. E considerando o primeiro comunicado de rescisão de contrato, que findava em 13 de novembro, não tinha a menor possibilidade do IGH fazer esse agendamento", disse.

Este vídeo pode te interessar

Segundo a diretora-geral do IGH Espírito Santo, Ana Kércia Xavier, a secretaria chegou a ser oficiada sobre o ocorrido. "Isso foi oficiado a eles. Nós tivemos a preocupação com os usuários para evitar esse transtorno. Mas, infelizmente, nós não poderíamos ter ajudado de outra forma, porque não havia como contar com os profissionais médicos que ainda nem tinham sido contratados pela nova OS", explicou.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais