> >
Óleo que chegar a praias do ES estará mais denso e muito tóxico

Óleo que chegar a praias do ES estará mais denso e muito tóxico

Segundo especialista em intemperismo do petróleo,  o resíduo vem se degradando pelo tempo em que está na mar, sujeito ao sol, a alta temperatura, ao mar

Publicado em 1 de novembro de 2019 às 10:56

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura

Os resíduos de óleo que se espalharam pelo litoral nordestino, se chegarem ao Estado, vão estar com uma aparência bem diferente da que tem sido vista nas praias atingidas. O que não muda, porém, é a sua toxidade. Segundo especialista, o produto é cancerígeno.

A avaliação é de Karla Pereira Rainha, doutoranda na área de intemperismo de petróleo, do Departamento de Química da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Ela observa que mesmo estando mais degradado, o material não deve ser tocado sem luvas ou material de EPI (equipamentos de proteção individual) porque estará mais denso e ainda será muito tóxico.

Aspas de citação

Não se deve colocar a mão neste tipo de material sem luvas. Se não tiver, em último caso, use um saco. Outro ponto é que não se deve entrar no mar com petróleo. Não é para ter contato direto com a pele. Ele é cancerígeno e pode ser que no momento a pessoa não sinta mal, mas a gente sabe que no futuro pode virar até um problema de saúde pública

Karla Pereira Rainha
Doutorando na área de intemperismo de petróleo, na Ufes
Aspas de citação

As manchas de óleo começaram a aparecer no litoral Nordestino no dia 20 de agosto e desde então já foram avistadas em mais de 250 praias, em nove Estados. O resíduo está se deslocando para o Sul da Bahia e a preocupação agora é como impedir que ele chegue a Abrolhos.

Segundo Karla, desde que foi avistado pela primeira vez nas praias, o resíduo de petróleo, que tradicionalmente tem uma aparência preta, vem se degradando pelo tempo em que está na água, sujeito ao sol, à alta temperatura e ao mar.

Manchas de óleo tomam conta da Praia dos Carneiros, no litoral pernambucano . (Clemente Coelho Júnior/Instituto Bioma Brasil)

As manchas que chegaram nas praias do Nordeste são maiores e têm uma aparência emulsificada, viscosa e marrom, mais conhecida no meio técnico como "mousse de chocolate". "O material coletado inicialmente vai ser bem diferente do que chegar aqui. Ele vem passando por modificações contínuas.  Quanto mais o tempo passar, mais ele vai mudando. No Nordeste é possível fazer uma espécie de rolo para retirá-lo da areia", explica Karla

Este vídeo pode te interessar

Caso chegue ao Estado, o óleo poderá estar mais disperso. "Pode não ser mais uma emulsão estável, não ficar agrupado em uma mancha", acrescenta a pesquisadora. Ela avalia que a melhor estratégia, no momento, é o monitoramento. "O importante é trabalhar em conjunto. Se uma pessoas avistar uma mancha, deve comunicar logo para a prefeitura, defesa civil. Quanto mais cedo agirmos, melhor".

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais