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MPF recomenda investigação de crime de racismo contra professor da Ufes

MPF recomenda investigação de crime de racismo contra professor da Ufes

O Movimento Negro protocolou notícia-crime, denunciando o caso ao Ministério Público Federal (MPF), em setembro deste ano

Publicado em 29 de novembro de 2019 às 15:45

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Gustavo Forde é doutor em Educação. (Vitor Jubini)

Ministério Público Federal (MPF) requisitou a instauração de inquérito policial para investigar eventual crime de racismo praticado contra o professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Gustavo Forde. Ele foi alvo de ataques preconceituosos na internet  após conceder entrevista para A Gazeta.

Por nota, "o MPF informa que requisitou a instauração de inquérito policial para investigar, entre outros, eventual crime de racismo praticado contra o professor Gustavo Henrique Araújo Forde. O inquérito está em andamento na Polícia Federal na fase de diligências", diz o documento.

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Eu recebo a notícia de uma maneira muito positiva. É importante, de fato, que casos como esses sejam investigados por crime de racismo

Gustavo Forde
Doutor em Educação
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A notícia-crime contra dois dos autores foi protocolada pelo Centro de Estudos da Cultura Negra no Espírito Santo (Cecun) em setembro. O coordenador do Cecun, Luiz Carlos Oliveira, disse que a decisão atesta que o órgão ministerial está antenado às questões do racismo estrutural presente na sociedade.

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Essa decisão é um sinal de que o MPF realmente está antenado e atualizado nessa percepção do que é o racismo, um grande câncer da sociedade brasileira

Luiz Carlos Oliveira
Coordenador do Cecun
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André Moreira, um dos advogados responsáveis pelo caso, avalia a recomendação como uma primeira vitória do professor e de todo o Movimento Negro que participa do processo.  "A decisão é um indício de que o MPF reconhece a natureza do ato de racismo. Nesse caso específico, era o que a gente esperava que acontecesse", revela Moreira.

COMENTÁRIOS NA INTERNET

“Olha a aparência desse doutor filósofo, kkkkkkk”. "Você já viu esses sociólogos e filósofos sempre malvestido, barbas malfeitas e cabelo todo imundo parecem que não sabem o que é higiene pessoal”. “Já falei! A Ufes produz esse tipo de doutor... são quatro anos na maconha direto até sair isso”.

Esses foram alguns dos comentários publicados na internet. Gustavo é militante do movimento negro, pesquisador das relações étnico-raciais e de estudos afro brasileiros e doutor em educação.

Professor é alvo de ataques preconceituosos (Reprodução/Internet)

Dentre os temas abordados na entrevista, cujo título é "Estamos abalando o privilégio branco e discutindo relações de poder",  foram destacados o protagonismo do movimento negro, a constituição da sociedade e da educação nos cenários nacional e estadual.

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