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Sindicato de cegonheiros tramava motim para elevar preço do frete

Sindicato de cegonheiros tramava motim para elevar preço do frete

Organização que fica na Serra, no ES, foi alvo de operação da Polícia Federal nesta quinta-feira

Publicado em 17 de outubro de 2019 às 12:53

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Caminhão. (Pixabay)

Um sindicato que representa os cegonheiros, com sede da Serra, fazia parte de um esquema de cartel, segundo investigação da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo. A sede da entidade, que não teve o nome revelado, foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta quinta-feira (17).

Segundo as investigações, empresas grandes do setor de transportes de veículos novos combinavam preços e fatiaram o mercado para cobrar valores até 40% maiores no frete desses produtos. Segundo a PF, o esquema teria se iniciado em 2010 e estaria em vigor até hoje. O nome das empresas e do sindicato não foram revelados, pois a investigação corre em sigilo. 

O sindicato teria papel de manter o esquema funcionando fazendo manifestações em frente às empresas produtoras de veículos. Assim, elas se viam forçadas a contratar os cegonheiros que participavam do cartel, ajudando na manutenção do esquema.  A Polícia Federal informou que as empresas eram alvo de piquetes e manifestações, inclusive envolvendo incêndio de caminhões. Com isso, para evitar o bloqueio da produção, acabavam cedendo e contratando os participantes do cartel. 

A entidade teria ainda um papel de arbitragem, intermediação na divisão do mercado, balizando os limites de preços.  Havia ainda mobilização da categoria para impedir entrada de novos concorrentes. 

Ao todo, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão nos Estados da Bahia, de Minas Gerais, de São Paulo e do Espírito Santo (Serra). O trabalho envolveu 60 agentes da PF.

O esquema seria formado por pelo menos quatro grandes empresas de transporte de veículos, tanto nacionais quanto importados. Essas empresas passaram a dividir o mercado e estipular o preço que seria oferecido ao cliente, utilizando uma forma de “rodízio”. Com isso, eles impedem que novas empresas entrem no mercado.

A Polícia Federal indicou que os investigados podem responder por crimes contra a ordem econômica e de organização criminosa, cujas penas, somadas, podem chegar a 13 anos de prisão. O nome da operação faz referência ao acordo anticompetitivo entre as empresas envolvidas, indicou a PF.

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A ação é realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo e com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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