Publicado em 17 de outubro de 2019 às 12:53
Um sindicato que representa os cegonheiros, com sede da Serra, fazia parte de um esquema de cartel, segundo investigação da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo. A sede da entidade, que não teve o nome revelado, foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta quinta-feira (17).>
Segundo as investigações, empresas grandes do setor de transportes de veículos novos combinavam preços e fatiaram o mercado para cobrar valores até 40% maiores no frete desses produtos. Segundo a PF, o esquema teria se iniciado em 2010 e estaria em vigor até hoje. O nome das empresas e do sindicato não foram revelados, pois a investigação corre em sigilo. >
O sindicato teria papel de manter o esquema funcionando fazendo manifestações em frente às empresas produtoras de veículos. Assim, elas se viam forçadas a contratar os cegonheiros que participavam do cartel, ajudando na manutenção do esquema. A Polícia Federal informou que as empresas eram alvo de piquetes e manifestações, inclusive envolvendo incêndio de caminhões. Com isso, para evitar o bloqueio da produção, acabavam cedendo e contratando os participantes do cartel. >
A entidade teria ainda um papel de arbitragem, intermediação na divisão do mercado, balizando os limites de preços. Havia ainda mobilização da categoria para impedir entrada de novos concorrentes. >
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Ao todo, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão nos Estados da Bahia, de Minas Gerais, de São Paulo e do Espírito Santo (Serra). O trabalho envolveu 60 agentes da PF. >
O esquema seria formado por pelo menos quatro grandes empresas de transporte de veículos, tanto nacionais quanto importados. Essas empresas passaram a dividir o mercado e estipular o preço que seria oferecido ao cliente, utilizando uma forma de rodízio. Com isso, eles impedem que novas empresas entrem no mercado.>
A Polícia Federal indicou que os investigados podem responder por crimes contra a ordem econômica e de organização criminosa, cujas penas, somadas, podem chegar a 13 anos de prisão. O nome da operação faz referência ao acordo anticompetitivo entre as empresas envolvidas, indicou a PF.>
A ação é realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo e com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). >
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