Repórter de Economia / cfreitas@redegazeta.com.br
Publicado em 8 de julho de 2021 às 14:10
- Atualizado há 4 anos
O setor metalúrgico, movimentado principalmente pelo retorno do consumo de aço, tem contribuído para a retomada da indústria capixaba. O segmento siderúrgico, com seu bom desempenho, puxou a produção industrial do Estado em maio, com avanço de 2,1% ante abril. Foi o melhor resultado para um maio desde 2017 (2,5%), na série com ajuste sazonal. O resultado positivo é o terceiro seguido.
A alta está ligada ao aumento da demanda, principalmente de aço para construção civil e também por conta do mercado internacional, com a volta do apetite de grandes economias, como China e Estados Unidos. Essa busca deve se intensificar ainda mais nos próximos meses, conforme avança a vacinação contra o novo coronavírus.
Em relação a maio do ano passado, o avanço da indústria capixaba é de 37,9%, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF Regional), divulgada nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE).
Em todas as áreas, o resultado foi positivo. A alta em comparação com o mesmo período do ano passado está ligado, principalmente, ao desempenho das indústrias metalúrgicas, cuja produção cresceu 95% na comparação interanual. A alta no entanto, em comparação com o mesmo período do ano passado, precisa ser avaliada por alguns critérios.
No período, auge da pandemia, houve o desligamento de alto fornos devido à queda mundial no consumo de aço no auge da pandemia. Mas dados do IBGE mostram que o s segmento metalúrgico está com produção no mesmo nível de 2019.
“A indústria do Espírito Santo vinha sofrendo percalços desde 2015, primeiro com a crise econômica, depois o desastre de Mariana, e, em 2019, a tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais. Mas com a pandemia, a situação piorou porque o Estado sempre teve uma abertura muito grande em relação ao comércio internacional. Mas agora, com o avanço da vacinação nos países, em especial a China, que é um grande parceiro comercial, estamos tendo uma retomada”, observou Pablo Lira, diretor de Integração do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).
Ele pontua que os países voltaram a fazer negócios e a comprar materiais como aço, minério de ferro, entre outros, o que tem refletido também nos preços, que retornam aos patamares pré-crise.
“O cenário é promissor para os próximos meses, e para o resultado final do ano. O Espírito Santo deve apresentar resultados melhores que o brasileiro. E outro fator positivo para nossa indústria são novos empreendimentos vindo para o Estado, principalmente na região de Linhares, São Mateus, entre outros na área da Sudene, que são, investimentos que acabam requerendo o uso do aço, por exemplo, para a produção.”
O segundo melhor desempenho vem das indústrias de transformação, cuja produção aumentou 58,8% entre maio de 2020 e maio deste ano. Já a fabricação de produtos de minerais não-metálicos cresceu 57,3%.
A fabricação de produtos alimentícios segue em alta, com avanço de 48,7%. A produção de celulose, papel e produtos de papel, que tem registrado melhora consistente ao longo dos meses, aumentou 29,3%.
Por fim, as indústrias extrativas, cujas atividades vinham em queda há meses, diante da produção de pelotas de minério de ferro, que estava em patamar abaixo do observado em anos anteriores, e também da extração de petróleo e gás, abalada pela pandemia e pelo amadurecimento dos poços, apresentou crescimento de 8,4% na comparação interanual.
No resultado acumulado no ano, a produção industrial capixaba geral teve crescimento de 7,6%, em comparação ao mesmo período de 2020. Já no acumulado em 12 meses, houve um recuo de 4,3%, ainda sob efeito da pandemia do novo coronavírus.
A produção industrial do país avançou 1,4% em maio, na comparação com o mês anterior. Naquele mês, 11 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE tiveram aumento na produção industrial.
Entre os locais em que houve crescimento da produção, o Goiás teve o maior avanço (4,8%). Já a retração mais acentuada ocorreu nos Estados da Região Nordeste do país (-2,8%).
Na comparação com maio de 2020, a indústria nacional cresceu 24%. No acumulado do ano, avanço foi de 13,1%. Já em 12 meses, a produção industrial brasileira avançou 4,9%.
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