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Publicado em 22 de abril de 2021 às 13:57
Apesar de ter anunciado a entrada do pedido de recuperação judicial, a tradicional empresa capixaba Itapuã Calçados, com mais de 60 anos de história, informou que não há previsão de fechamento de parte de lojas da rede varejista.>
A companhia informou, por nota, que os ajustes necessários já foram feitos e que não existe perspectiva de encerrar atividades das unidades hoje em operação. “O plano que está sendo apresentado também não prevê demissões”, esclareceu. >
A empresa explicou, porém, que não exclui a possibilidade de ter que dispensar empregados dentro da rotina de gestão de pessoas, isto é, podem ocorrer desligamentos pontuais, sem ligação com o processo. Além disso, apesar de não ser o plano, a empresa não descarta desligamentos futuros, caso o cenário econômico mude drasticamente.>
A Itapuã Calçados anunciou o pedido de Recuperação Judicial na noite de terça-feira (20), por meio de uma nota oficial, em que afirmou estar enfrentando dificuldades diante das restrições impostas ao comércio durante a pandemia do novo coronavírus.>
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A empresa destacou que a saúde financeira de seus negócios tem sido prejudicada pelas perdas de receita acumuladas em função da redução no horário de funcionamento dos estabelecimentos, bem como o fechamento do comércio, a exemplo de 14 lojas fechadas em Belo Horizonte (MG) por 166 dias, e 30 lojas no Espírito Santo, que ficaram 70 dias de portas fechadas e mais alguns dias com horário reduzido.>
Lojas Itapuã no ES
Segundo a Itapuã, com a homologação do processo de recuperação judicial será possível operar de forma mais segura, gerar rentabilidade que permita cumprir todas as obrigações e, ao mesmo tempo, poderá conferir a capacidade de não somente manter a vitalidade da empresa diante dos atuais e constantes desafios, mas também fazer voltar a crescer>
"Apesar da iniciativa na Justiça, a rotina comercial da empresa continua, de modo a atender os consumidores capixabas, mineiros e cariocas nas lojas físicas e demais localidades através do e-commerce.”>
Questionada sobre o processo, a empresa não informou o valor da dívida, ou o número de credores.>
Advogada atuante na área de Direito Empresarial, Cristina Daher explica que o processo de recuperação judicial é uma alternativa para que a empresa atravesse a crise, e tem como vantagem evitar decretar a falência do negócio ao primeiro sinal de dificuldades.>
“Até 2005, por conta de qualquer débito, o credor podia entrar com um pedido de falência, ou de concordata da empresa. Mas houve uma mudança na legislação e veio a lei de recuperação e falências, que permitiu que as empresas apresentem a situação financeira e façam um requerimento para que a Justiça suspenda todas as ações de execução de cobranças por um período de seis meses, durante os quais vai elaborar um plano para pagamento dos credores”, explicou.>
Ela observa que, em geral, esse procedimento tem como vantagem a empresa poder continuar funcionando, e quitar suas dívidas, muitas vezes com deságio, isto é, com uma diminuição no valor do débito.>
“Se o plano de recuperação não for aprovado, a empresa vai à falência. Mas, geralmente, acaba se chegando a um acordo. Quando a primeira proposta não é aceita, a empresa vai fazendo ajustes, até mesmo porque é de seu interesse continuar funcionando, e é de interesse do credor receber.”>
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