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Aceita Pix? Serviço revoluciona forma de pagamentos no comércio capixaba

Aceita Pix? Serviço revoluciona forma de pagamentos no comércio capixaba

Nos estabelecimentos do Espírito Santo a forma de transferência lançada em 2020 está sendo mais utilizada do que formas antigas

Publicado em 27 de novembro de 2022 às 14:47

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Mikaella Mozer*
Curso de Residência em Jornalismo / [email protected]

Antes do Pix e depois do Pix. Essa poderia ser uma definição para a transformação causada pela modalidade lançada há dois anos na vida do brasileiro. Daniele Santos, 31, vendedora de bolos há três anos no bairro Porto de Santana, em Cariacica, é uma pessoa que sentiu as mudanças causadas pelo sistema de pagamentos instantâneos.

Ela conta que desde que o mecanismo começou a funcionar, os clientes têm optado pelo Pix, independentemente do valor gasto com os produtos que ela fabrica e comercializa.

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Quase ninguém me dá dinheiro para pegar o bolo. É bom até para economizar, pois já vai direto para a minha conta. O dinheiro na mão vai todo embora

Daniele Santos
Boleira
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O cenário na vida de Daniela se repete em todo o país. A Febraban afirmou que os brasileiros utilizam mais o Pix em gastos de menor valor. Em setembro, os recursos empregados foram em média R$ 444 por cada conta-corrente que aderiu ao serviço. 

Instantâneo e prático, as promessas anunciadas pelo Banco Central no lançamento do Pix em 2020 se mostraram verdadeiras e atraíram milhares de brasileiros. Nos últimos dois anos, a rapidez levou a 26 bilhões de transações no sistema financeiro nacional, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), somando R$ 12,9 trilhões em recursos movimentados.

O levantamento ainda mostrou que o cartão de crédito e boletos já estão ficando ultrapassados. Em fevereiro deste ano, as transações com as duas opções, já eram menos usadas do que com Pix. Já os formatos mais antigos - DOC e TED - já haviam sido deixados para trás quatro meses depois da presença do Pix entre os brasileiros.

No mês de setembro, quase metade dos usuários são da Região Sudeste (43%), seguido do Nordeste (26%), do Sul (12%), do Norte (10%) e do Centro Oeste (95), segundo dados da Febraban. Em relação aos usuários, 64% têm entre 20 e 39 anos.

A quantidade de chaves também alcançou números milionários, com 523,2 milhões delas cadastrada no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais do Banco Central desde o lançamento.

As chaves aleatórias são as preferidas e somam 213,9 milhões, seguida das chaves por CPF (114,2 milhões), celular (108,3 milhões), e-mail (77,5 milhões). Até outubro, 141,4 milhões de brasileiros já tinham usado o Pix em seus pagamentos.

CAPITAL DE GIRO

Valquimar Fardin tem visto as vendas com Pix aumentarem em sua loja
Valquimar Fardin tem visto as vendas com Pix aumentarem em sua loja. (Divulgação)

Valquimar Fardin, 48, é dono de uma loja de móveis em Vila Velha desde 2004 . Desde o Pix, tem tido um retorno mais rápido no mercado. Para o empresário, a entrada do dinheiro no mesmo momento possibilita reabastecer o estoque mais rápido, além de poder prestar um serviços mais veloz.

“Isso impulsionou as vendas, pois o Pix é como se fosse débito. O TED e DOC demoravam alguns dias para cair e agora não. É mais seguro também, antes entregava e precisava ficar esperando e vigiando o dinheiro cair. Agora, o retorno é na hora, é bom para todo mundo”, explicou Fardin.

O desconto também foi um efeito colateral do Pix para o empresário. De acordo com Fardin, é possível oferecer abatimentos melhores para os clientes.

Pix
Pix faz dois anos em 2022 e acumula bilhões em transferências. (Divulgação)

FUNCIONALIDADES

Novas atividades e regras foram criadas desde o nascimento do sistema de pagamentos instantâneos há dois anos. O Pix troco e saque são alguns deles e trouxeram melhorias que, de acordo com o Banco Central, prometem auxiliar quem utiliza a ferramenta.

A atividade, disponível durante as 24 horas do dia, inclusive aos sábados, domingos e feriados, não cobra taxas do consumidor ou microempreendedor individual.

Outra mudança que aconteceu ao longo dos anos é o limite de valor a ser transferido entre os horários de 20h às 6h, quando é liberado no máximo R$ 1 mil. O período de restrição pode ser ampliada para ser de 22h às 6h para destinatários específicos, mas deve ser feita uma solicitação ao banco. A resposta demora até dois dias.

O Banco Central planeja lançar ainda novas funções, como o Pix Offline que permite enviar o valor sem necessidade de acesso à internet. O Pix Aproximação é outra promessa. Quem for usar é só "chegar perto" da maquininha para pagar com o sistema rápido.

Já a versão débito automático do sistema deve chegar em 2023. Quem gosta de parcelar as compras terá essa oportunidade com o Pix Garantido. O Banco Central avalia essa ferramenta que trará a capacidade de parcelar sem necessidade de um cartão bandeirado, o que pode tornar mais barato a divisão da cobrança. 

A transferência monetária está sendo estudada para funcionar no modo internacional. A funcionalidade permitiria os usuários comprar sem um cartão de crédito em viagens fora do país.

QUANDO POSSO USAR O PIX?

  • Fazer compras em lojas on-line em estabelecimentos comerciais físicos.
  • Transferir dinheiro para outras pessoas (e receber dinheiro).
  • Pagar fornecedores, caso você seja um empreendedor.
  • Pagar impostos e taxas federais, estaduais e municipais.
  • Ainda em 2022, você poderá usar o Pix também para comprar títulos no site do Tesouro Direto, um sistema do Tesouro Nacional operacionalizado em parceria com a bolsa de valores (B3).  
  • Pagar a conta de luz. O governo firmou parceria com a Aneel para que o pagamento possa ser feito pelo Pix. Se você teve a luz cortada, por exemplo, o tempo para religar será menor. 
  • Pagar salários e benefícios de pessoas que trabalham para sua empresa.

COMO FUNCIONA?

O Pix é operado pelo Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), mantido pelo Banco Central. O SPI está conectado às instituições financeiras, tanto bancos quanto fintechs, cooperativas de crédito e empresas de pagamentos. O sistema é vinculado a uma ou mais contas que você já tem nessas instituições. Para usar, basta encontrar o ícone do Pix do aplicativo ou internet banking, assim como funciona com DOC e o TED, por exemplo.

COMO ENTRAR NO PIX

Entre no aplicativo de seu banco e procure o Pix. A recomendação da Febraban é registrar uma chave para vincular à sua conta e pode ser o número de telefone celular, e-mail e CPF ou CNPJ, no caso das empresas. Pessoas físicas podem registrar até 5 chaves por conta e empresas até 20 chaves. A chave não é obrigatória, mas facilita todo o processo por funcionar como um localizador.

COMO FAZER PAGAMENTO POR PIX

Após o cadastro feito no aplicativo você deve pedir a chave de quem for receber o pagamento. Então, é necessário abrir o aplicativo, digitar uma das chave e depois o valor. Em seguida é solicitado a senha feita junta ao seu banho para realizar as transferências bancárias, depois desse processo o dinheiro cai imediatamente na conta da pessoa a quem enviou ou a empresa a qual pagou.

Existe a opção de fazer por QR Code. Com ele, é preciso de um celular com câmera e o aplicativo de seu banco instalado no celular. Um terceiro jeito é informar os dados bancários convencionais (nome, CPF, banco, agência e conta) de quem vai receber o pagamento.

PIX TROCO

O Pix troco foi lançado em 2022 e permite o retorno de dinheiro em espécie de um pagamento feito de forma virtual. Por exemplo, você comprou R$ 100 em uma loja, e precisa de R$ 20 em dinheiro físico. Então você paga ao estabelecimento R$ 120, e o comércio te devolve em dinheiro o troco dos R$ 20.

Mas quem optar por esse serviço deve ficar atento. Ele só é liberado em locais credenciados pelo Banco Central. Cada espaço pode definir os horários de funcionamento dessa função, além do valor máximo. É possível utilizar essa atividade de graça oito vezes no mês, após essa quantidade, é cobrada uma taxa de R$ 7,50.

PIX SAQUE

A dinâmica é quase igual a do Pix troco, mas não há a necessidade de gerar um valor em cima da compra feita no comércio. O atendente vai gerar o QR Code com o valor solicitado para a retirada do dinheiro. As regras válidas para o troco, valem para o saque também.

PIX PARCELADO

O Pix Parcelado é um crédito pré-aprovado que pode ser usado para dividir transferências e pagamentos, de acordo com a Febraban. É possível comprar produtos e serviços em até 24 meses, e ao utilizar essa opção são cobrados juros e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A principal diferença entre entre essa opção e o parcelamento no cartão de crédito é que, no cartão, os custos da operação são do vendedor. Assim a empesa pode repassar adicionando o valor das taxas ao preço do produto. No caso do Pix Parcelado, os juros são exibidos no momento da contratação e você fica sabendo na hora quanto vai pagar.

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