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Novo Cais do Porto de Vitória já recebe navio nesta terça

Novo Cais do Porto de Vitória já recebe navio nesta terça

Obra do PAC, que custou R$ 190 milhões, vai ampliar em cerca de 10% a capacidade de movimentação de cargas no Porto de Vitória, o que tende a facilitar a desestatização da Codesa

Publicado em 5 de outubro de 2020 às 15:47

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Novo Cais de Atalaia, no Porto de Vitória
Novo Cais de Atalaia, no Porto de Vitória, teve obras iniciadas em 2015. (Codesa/Divulgação)

Cinco anos após o início das obras, o Cais de Atalaia, no Porto de Vitória, foi inaugurado na manhã desta segunda-feira (5). O novo espaço, que fica na abrangência do Terminal de Capuaba, em Vila Velha, começará a ser operado já a partir desta terça-feira (6), com a atracação de um navio de fertilizantes, com carga de 30 mil toneladas.

Novo Cais do Porto de Vitória já recebe navio nesta terça

A licença ambiental que permite o início das operações foi concedida pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (Iema) na última quinta-feira (1). O local poderá operar até 600 mil toneladas/ano, e a expectativa é que, com o cais, seja zerado o tempo de espera de navios para Capuaba.

A inauguração do cais contou com a presença de autoridades empresariais e do governo do Estado, representantes da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que explicou que as atividades no novo berço (207) vão ampliar em cerca de 10% a capacidade de movimentação de cargas no Porto de Vitória.

Inauguração do Cais de Atalaia, no Porto de Vitória
Inauguração do Cais de Atalaia, no Porto de Vitória. (Caroline Freitas)

“O cais é fundamental e, por isso mesmo, foi uma obra que a gente procurou dar continuidade. É o que a gente tem feito sempre, concluir aquilo que está em andamento. É a melhor forma de prover infraestrutura num cenário de orçamento apertado”, alfinetou, em referência às críticas de que o governo Jair Bolsonaro tem levado crédito por obras iniciadas em outras gestões.

Com a ampliação da capacidade de movimentação de cargas do porto, a expectativa é que a inauguração do Cais de Atalaia ajude a viabilizar a desestatização da Codesa.

A consulta pública acerca da privatização, inclusive, será realizada a partir de novembro, conforme destacou o secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni.

“A gente vai ter a consulta ao TCU e depois publica o edital (para concessão). A nossa expectativa é que no início do segundo semestre do ano que vem a gente tenha leilão.”

O secretário frisou que, além de aumentar a capacidade de movimentação de cargas no porto, o novo cais é um espaço multipropósito, que tende a dar mais liberdade ao novo concessionário.

O terminal poderá movimentar diversos tipos de carga, entre granéis líquidos e sólidos, como trigo, malte, fertilizantes, ferro gusa, carga geral, entre outros. O cais será fundamental para implantação do futuro Terminal de Granéis Líquidos (TGL) do Porto de Vitória, empreendimento que vai demandar R$ 128 milhões em investimentos privados. 

A área já teve leilão realizado pelo governo federal e deve ter as obras iniciadas em breve. Será a partir do cais que serão drenados combustíveis como gasolina e diesel, que seguirão por dutos até a armazenagem nos tanques do TGL, também em Capuaba, Vila Velha.

“O novo concessionário terá mais liberdade para fazer operações diversas, que vão desde o granel líquido – que vai atender um terminal que nós licitamos aqui, o VIX-30 –, mas também granel sólido, carga geral. Uma obra como essa sem dúvida alguma traz maior atratividade para esse parceiro privado. E, do ponto de vista da economia, atende melhor a cadeia logística do Estado.”

O investimento foi comemorado pelo governador Renato Casagrande, que também esteve no evento. Segundo Casagrande, ele é fundamental para dinamizar as atividades do porto e trazer mais competitividade ao Estado.

“É um passo importante e quero agradecer muito a presença do ministro da Infraestrutura pela sequência nesses investimentos, e pelas perspectivas de que a gente vai ter ainda passos mais largos em direção à solução da necessidade de infraestrutura do Espírito Santo.”

ENTENDA

A obra, prometida desde o início da década, foi iniciada em 2015 e teve investimento de R$ 190 milhões com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Os trabalhos foram concluídos no ano passado, mas para a liberação das operações a Codesa precisou superar três etapas: o alfandegamento pela Receita Federal, a liberação para atracação pela Capitania dos Portos e, por fim, o licenciamento ambiental.

O cais contínuo substitui os antigos dolfins de Atalaia, que eram estruturas independentes para atracação não conectada a um cais. Ele ganhou 20m de extensão, abrigando o berço 207, que conta com profundidade de 11,4 metros de calado. A estrutura conta com uma área total de 19.963 mil m², sendo de 10 mil m² só de retroárea (para armazenagem e movimentação de carga).

Segundo a Codesa, a obra teve várias etapas, como elaboração e aprovação do projeto, fabricação de pré-moldados, fabricação de camisas metálicas, reforço do muro da retroárea, remoção de pedras soltas e desmonte do maciço rochoso.

Apesar da inauguração, ainda será feita a retirada de três pontos rochosos no cais que chegam a 40 metros de altura, como mostrou A Gazeta em setembro. Essa obra a parte deve prosseguir até 2021. A Companhia Docas garante que a intervenção nas rochas não vai atrapalhar as operações.

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