Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 06:01
Os governadores de todo o país, incluindo o do Espírito Santo, Renato Casagrande, estão unidos contra a proposta do presidente, Jair Bolsonaro, de mudar a cobrança de ICMS sobre combustíveis. O aviso dos planos do presidente da República veio via Twitter no último final de semana. De acordo com o secretário da Fazenda do Espírito Santo, Rogelio Pegoretti, Bolsonaro quer diminuir a arrecadação dos Estados para reduzir o valor da gasolina e diesel no lugar de mexer nos impostos cobrados pela União. >
Rogelio Pegoretti
Secretário de Estado da FazendaSegundo Pegoretti, a redução e tributos deveria ser feita sobre o Pis/Cofins e o Cide, que são impostos federais. "O ICMS arrecadado dos combustíveis é fundamental para a manutenção do Estado. Essa medida está em desacordo com o pacto federativo", aponta.>
De acordo com ele o secretário, o que precisa ser feito é a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizar uma ação de fiscalização do repasse dos preços para os consumidores. "Além disso, apesar do livre mercado, quem dita o preço dos combustíveis no Brasil é a Petrobras, empresa pública federal. E se houver aumento do combustível ele vem acompanhado de lucro para a estatal, que, por sua vez, retorna com dividendos para o governo federal e os seus acionistas", enfatiza.>
Em sua conta no Twitter, no último domingo (2), Bolsonaro afirmou que as reduções recentes no preço dos combustíveis, anunciadas pela Petrobras, não estão refletindo na bomba. Para que o consumidor veja redução no preço, a ideia é reduzir a incidência do ICMS, que é um tributo dos Estados, o que gerou grande insatisfação entre os governadores. >
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No post, o presidente propõe a incidência de um valor fixo de ICMS por litro, e não mais sobre a média de preço cobrado nos postos. "Os governadores cobram, em média, 30% de ICMS sobre o valor médio cobrado nas bombas dos postos e atualizam apenas de 15 em 15 dias, prejudicando o consumidor", escreveu Bolsonaro. >
Para tentar pressionar o presidente a mudar de opinião, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne as secretarias da Fazenda de todos os Estados do país, produziu um abaixo-assinado contra a medida. Na carta endereçada ao Planalto, apontam a necessidade de debater o tema. >
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No texto, os Estados defendem a realização de uma reforma tributária que beneficie a sociedade e respeite o pacto federativo. "No âmbito da reforma tributária, o ICMS pode e deve ser debatido, a exemplo dos demais tributos", apontam.>
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