Publicado em 7 de janeiro de 2020 às 22:24
"Se o presidente acha que deve ser alterada a tributação para que seja reduzido o preço do combustível, que faça redução dos tributos federais". Esse é o posicionamento do secretário estadual da Fazenda, Rogélio Pegoretti, sobre as pressões feitas pelo presidente Jair Bolsonaro para que as unidades da federação reduzam o ICMS sobre os combustíveis a fim de amenizar o impacto para os consumidores nas bombas. Ele descartou essa possibilidade no Espírito Santo no momento.>
Nesta terça-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender que os Estados reduzam o imposto para evitar uma disparada nos valores dos combustíveis cobrados nos postos com a crise entre Estados Unidos e Irã. Após o ataque à um general iraniano, o preço do Brent, referência para o barril de petróleo, chegou a US$ 70, o valor mais alto desde setembro do ano passado. >
Segundo o governo federal, aproximadamente um terço do preço dos combustíveis que é cobrado na bomba é composto por impostos estaduais. Bolsonaro chegou a citar o caso do Rio de Janeiro, onde essa parcela é de 30%. >
No Espírito Santo, 27% do preço pago pelos motoristas é ICMS. O recurso obtido dessa fonte representa 14% de toda a arrecadação do Estado. Por isso Rogélio vê com dificuldades uma redução da alíquota. >
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"Temos compromisso, o governo tem nota A na gestão fiscal desde 2012, e não podemos tomar medidas populistas sem responsabilidade fiscal. O Estado usa esse dinheiro para execução de políticas públicas como o pagamento de salários de professores, médicos, policias, medicamentos nos hospitais, transporte escolar, entre outras", disse o secretário. >
Pegoretti afirmou que todo o país está preocupado com o eventual aumento do combustível, que já está com valor recorde, para que a população não seja onerada. Mas sugeriu que o governo reduza os impostos federais sobre os combustíveis para conter essa alta. >
Rogélio Pegoretti
Secretário da Fazenda do ES
Ele apontou que os impostos federais atuam sobre toda a cadeia e, por isso, têm um peso maior do que os estaduais. "Se houver alta no preço dos combustíveis, principalmente a Petrobras aumentaria a margem de lucro dela."
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A despeito das declarações do presidente, os secretários de Fazenda dos Estados afirmam que não foram formalmente procurados pelo governo e que o assunto tampouco deve estar na pauta da próxima reunião extraordinária do Comsefaz (Conselho dos Secretários Estaduais da Fazenda), marcada para 21 de janeiro, em Brasília. >
Fontes do Ministério da Economia dizem que a área técnica do governo não deve fazer uma proposta formal aos Estados para que reduzam suas alíquotas. Jair Bolsonaro já criticou governadores por não apoiarem a ideia. "No fim, quem paga o pato sou eu", reclamou.
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* Com informações da Agência Estado>
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