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Publicado em 3 de maio de 2025 às 19:07
Comunicação interna, contratação de profissionais com qualificação e saúde mental. Esses são os principais desafios das empresas do Espírito Santo para 2025. O Estado foi o único do país a registrar a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada entre os três quesitos avaliados pelo Relatório de Tendências em Gestão de Pessoas, produzido pelo Ecossistema Great People & GPTW. >
A instituição realiza, entre outros temas, a certificação das melhores empresas para se trabalhar. O estudo é feito há sete anos, com o objetivo de acompanhar as mudanças no mercado de trabalho. >
“A dificuldade de empregar pessoas qualificadas é uma realidade das organizações capixabas. Elas alegam que o mercado não entrega profissionais formados na mesma qualidade e quantidade esperada”, comenta a diretora de conteúdo e relações institucionais da entidade, Daniela Diniz.>
A executiva ressalta que, para reverter a situação, as organizações optam por contratar profissionais de outros Estados para preencher as vagas. Outra alternativa é oferecer qualificações direcionadas, antes mesmo de contratar para suprir a demanda. Essa decisão pode também ajudar outras empresas, conforme afirma Daniela. >
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A comunicação interna aparece no top 3 em todos os Estados.>
Daniela Diniz
Diretora de conteúdo e relações institucionais do Ecossistema Great People & GPTWApós a pandemia, uma temática que ganhou força foi a da saúde mental. Se o lado negativo desse quesito é que as pessoas adoecem mais por ansiedade e depressão, o contrário é que as empresas decidiram investir nesse ponto. >
O assunto tem tanta importância que, a partir de 26 de maio de 2025, as empresas serão obrigadas a implementar planos de saúde mental e avaliar riscos psicossociais dos seus trabalhadores, como estresse, assédio, carga mental excessiva, entre outros pontos. A Norma Regulamentadora 1 (NR-1) determina que os riscos psicossociais passam a ser identificados como risco ocupacional. >
Para 2025, as prioridades das empresas capixabas estão relacionadas ao desenvolvimento e capacitação da liderança, manutenção e disseminação da cultura organizacional e saúde mental. >
A pesquisa questionou também sobre as habilidades consideradas mais importantes, atualmente, pelas empresas. Nesse quesito, o foco abordou, de fato, quais são as características mais necessárias para as organizações, considerando as pessoas colaboradoras e as lideranças. >
De forma geral, na Região Sudeste, o item mais citado pelos profissionais foi a capacidade de resolver problemas complexos, exceto para as empresas capixabas, que valorizam mais a capacidade de liderar e influenciar. >
“O fato curioso no Espírito é que essa é uma habilidade mais comportamental, e esse aspecto chama a atenção no resultado final”, avalia a diretora. >
O estudo apontou ainda outro tema fundamental para a gestão de pessoas é a liderança, pois é ela que precisa ser envolvida e engajada em diversas temáticas, como saúde mental e pautas de ESG. Do total, 93% das empresas do país disseram que pretendem investir no desenvolvimento de líderes. No Espírito Santo, o índice foi de 85%. Este é o quarto ano seguido em que o item aparece entre as prioridades.>
“A liderança tem um papel fundamental no crescimento do negócio. Por isso, investir em capacitação é tão importante. É preciso demonstrar habilidades técnicas para tomar decisões relevantes para empresas, sem perder o lado humano”, afirma a executiva. >
Daniela destaca que o mundo do trabalho mudou e cada vez mais a organização precisa contar com uma liderança forte. “Não é o RH ou o presidente da empresa, é o líder. São quatro anos encabeçando a lista, reformando a ideia da necessidade de se comunicar melhor, ter diálogo efetivo, reconhecer mais, dar feedbacks, entre outros pontos”, complementa. >
O estudo identificou que o modelo híbrido de trabalho vem ganhando espaço entre as empresas. A maioria das pessoas (35%) que atuam dessa forma atua três dias na empresa e dois em casa ou em outros ambientes fora do escritório. >
Cerca de 70% das empresas que adotaram um regime de trabalho presencial afirmaram ter dificuldade para preencher vagas em aberto, contra 53% das que operam o modelo híbrido e 38% das que estão no trabalho remoto. >
“A conclusão é que, quanto mais flexível, menor é a dificuldade de contratar. O modelo de trabalho passou a ser o quesito na atração de pessoas. Quando os profissionais vão buscar um emprego, colocam na balança flexibilidade, que tem a ver com a qualidade de vida e a saúde mental”, analisa. >
Ela ressalta ainda que o mundo do trabalho reflete no comportamento da sociedade. Com várias gerações no mesmo ambiente, as empresas precisam acompanhar este movimento, evoluir na cultura, nos projetos de transformação. “O mundo mudou. Há 30 anos não falávamos em diversidade e de políticas ESG, por exemplo. As organizações precisam evoluir junto com a sociedade”, comenta Daniela.>
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