Publicado em 26 de outubro de 2020 às 05:00
Um estudo realizado pelo Sebrae revela que parte das micro e pequenas empresas do Espírito Santo já começou a se recuperar da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Apenas 12% delas ainda não retomaram as atividades. E, das que já voltaram a funcionar, 13% inclusive retomaram as contratações em setembro. >
O percentual, segundo o gerente de competitividade e produtividade do Sebrae/ES, Luiz Felipe Sardinha, é 225% maior em relação ao levantamento anterior. Ele explica ainda que, mais que um cargo específico, micro e pequenas empresas têm priorizados profissionais multidisciplinares, com visão mais generalista. Isto é, profissionais com um conjunto de habilidades, que tornam possível que absorvam tarefas diferentes.>
Além disso, houve um aumento na procura por profissionais conectados ao meio digital, e com facilidade de se adaptar.>
O aumento de contratações, aliás, reflete um cenário animador. Ao passo que 74% das micro e pequenas empresas capixabas ainda sentem a queda no faturamento, houve uma redução no número de empresários endividados. Somente 25% dos negócios têm alguma dívida ou empréstimo em atraso; na pesquisa anterior eram 39%.>
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Aliado a isso, 54% dos entrevistados acreditam que o pior já passou, ou que os desafios provocaram mudanças que foram valiosas para o negócio, e inclusive veem a possibilidade de novas ideias.>
São indicadores importantes de retomada. A gente conclui, de modo geral, que o nível de confiança do empresário tem melhorado e isso nos deixa otimistas. O empresariado está voltando a contratar, a saúde financeira dos pequenos negócios têm melhorado. Esse conjunto de fatores que nos leva a acreditar que estamos no caminho para a retomada, observa Sardinha.>
Ele destaca que, para impulsionar essa retomada, muitos empresários estão transformando seus negócios, seja investindo em produtos ou serviços diferentes, ou migrando para o ambiente virtual. Aliás, essa correção de rota, segundo o especialista, pode ser a diferença entre manter as portas do negócio abertas ou fechadas em meio à crise.>
Para se ter ideia, a pesquisa mostra que 70% das companhias, ao voltar a operar, realizaram mudanças nas atividades, sendo que 34% lançaram ou adotaram novos serviços e produtos. >
E, geralmente, são mudanças simples. Pegue o exemplo de uma padaria, por exemplo, que deixou de vender apenas o básico, e passou a oferecer cestas de produtos, que é algo que vem se popularizando. Com as redes sociais, eles conseguem fazer uma divulgação pesada, e ir atrás do público que consome esse tipo de coisa.>
Sardinha destaca que a pandemia potencializou uma quebra de barreiras, e muitos empresários que operavam somente no meio físico se adaptaram de alguma forma porque identificaram novas oportunidades no e-commerce.>
Não basta, porém, ir para o meio digital. Para que o negócio cresça de forma sustentável, é preciso ter uma estratégia, cujo primeiro passo, invariavelmente, passa por entender o consumidor.>
Hoje, todos os elementos que são importantes para a tomada de decisão do empresário está disponível para fácil acesso na internet. Os empresários devem se apropriar dos dados, observar as informações sobre o consumidor do nicho em que atua, qual sua trajetória, o que o consumidor está comprando, que feedbacks ele tem dado.>
Luiz Felipe Sardinha
Gerente de competitividade e produtividade do Sebrae/ESPara o consultor de marketing André Damasceno, é possível absorver essas informações de formas simples, como, por exemplo, enquetes por meio das redes sociais.>
Pergunte ao seus consumidores o que eles buscam, como você pode ajudar. Deixe que deem sugestões. Quanto mais simples e direto você for, maior a chance de conseguir impactar, porque você cria empatia.>
O consultor destaca, entretanto, que esse tipo de estratégia deve ser um hábito, do contrário, as informações obtidas serão limitadas, e não conseguirão entregar o resultado esperado. >
É preciso fazer isso continuamente, inclusive porque as necessidades do consumidor mudam cada vez mais rapidamente. Não é preciso inventar a nova roda, mas é preciso entender quais são os novos hábitos de consumo para continuar inovando e oferecendo o que o consumidor realmente quer e precisa.>
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