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Publicado em 15 de março de 2022 às 20:06
Quatro dias após a Petrobras reajustar o preço da gasolina em 18,7%, motoristas do Espírito Santo já chegam a desembolsar em média R$ 7,90 por litro do combustível, dependendo da cidade em que decidirem abastecer. >
Não muito tempo atrás, a gasolina nem mesmo chegava à casa dos R$ 7. Foi em outubro de 2021 que a marca foi ultrapassada pela primeira vez em território capixaba. Cinco meses depois, entretanto, a média geral já chega a R$ 7,46.>
No entanto, em 46 dos 78 municípios o litro é vendido acima da média estadual. Os dados são do Monitor de Combustíveis da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e correspondem a notas fiscais emitidas pelos postos. (Veja lista com as cidades no final da matéria)>
O litro de gasolina mais caro vendido no Estado é em Muqui. Por lá, quem vai abastecer precisa pagar, em média, R$ 7,90 na bomba. Na sequência, aparecem no topo do ranking as cidades de São José do Calçado e Vila Pavão, com média de R$ 7,78 e R$ 7,77, respectivamente.>
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A escalada do dólar e a valorização do barril de petróleo no mercado global após os ataques da Rússia à Ucrânia são apontadas como os principais motivos para as recentes altas nos combustíveis. Desde 2017, a Petrobras passou a considerar esses dois componentes para calcular o preço de venda nas refinarias. >
Essa política de preços, conhecida como paridade internacional, resultou numa queda temporária nos preços no início da pandemia, em 2020, em razão da menor demanda por petróleo no mundo. Com a retomada global a partir da vacinação em 2021, o petróleo voltou a se valorizar e os combustíveis dispararam no Brasil. A guerra, portanto, agravou uma situação que já era complicada.>
A maior parte do preço que chega na bomba é cobrada pela Petrobras, mas também entram na conta os custos e lucros das distribuidoras e dos postos, além dos impostos federais e o ICMS, que é estadual. Mudanças na forma de tributação dos combustíveis, aprovadas às pressas pelo Congresso no final da semana passada, buscam frear a alta de preços. Os efeitos dessas medidas, que ainda precisam ser regulamentadas, entretanto, não são imediatos.>
"No início do ano, tínhamos uma expectativa de que a inflação, de modo geral, fosse convergir com a meta. O conflito veio, e essa expectativa se frustrou. Agora temos outro cenário, e existe um grande componente da inflação brasileira que está relacionado aos preços dos combustíveis. Não há perspectivas de que os combustíveis voltem a cair nos próximos meses", observou o economista Eduardo Araújo.>
Ele destaca que a alta do preço dos combustíveis impacto não apenas o bolso do motorista, mas também a população de um modo geral, uma vez que o encarecimento se reflete no custo várias outras frentes, como energia, transporte e alimentos, entre outros.>
Os preços altos não são uma exclusividade das pequenas cidades. Mesmo em grandes municípios capixabas, motoristas também se depararam com preços mais elevados. É o caso de Colatina, por exemplo, onde alguns postos também já vendem acima de R$ 7,64. >
Entre municípios com a gasolina mais barata o destaque é Iconha. Na cidade, que é um polo logístico-rodoviário no Sul do Estado, o combustível é vendido em média a R$ 7,02. Também aparecem com destaque as cidades de Santa Leopoldina (R$ 7,18) e Itapemirim (R$ 7,20). Veja a lista completa, por município:>
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