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Itapemirim só deve ter voos para o Aeroporto de Vitória no 2° semestre

Itapemirim só deve ter voos para o Aeroporto de Vitória no 2º semestre

A empresa, que recebeu no final de abril o Certificado de Operador Aéreo (COA), vai direcionar seu foco no começo a terminais com maior fluxo de passageiros. Ainda falta autorização final da Anac para operação começar

Publicado em 19 de maio de 2021 às 16:09

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Itapemirim programa venda de passagens para a sexta-feira (21)
Itapemirim programa venda de passagens a partir de sexta-feira (21). (Divulgação/ITA)

A Itapemirim Transportes Aéreos (ITA), nova companhia aérea brasileira criada pelo Grupo Itapemirim, só deve começar a ofertar voos para o Espírito Santo a partir do segundo semestre. Num primeiro momento, a empresa deve direcionar seu foco a terminais com maior fluxo de passageiros.

Após a autorização final da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a ITA quer iniciar nas próximas semanas as operações em oito cidades: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Guarulhos (SP), Porto Alegre (RS), Porto Seguro (BA), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA).

Já Vitória só deve entrar na lista a partir de julho. Também devem ser incluídas, até agosto, as cidades de Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Natal (RN), Maceió (AL), e Recife (PE). A informação é da revista Exame, que apurou ainda que previsão é de que a companhia aérea tenha 35 destinos até junho do ano que vem.

A expectativa, no entanto, era de que a Itapemirim iniciasse os voos pelo Aeroporto de Vitória. Em setembro de 2020, o presidente do Grupo Itapemirim, Sidney Piva de Jesus, chegou a anunciar que o primeiro voo da companhia aérea teria como destino Vitória. Seria, segundo ele, uma homenagem ao Estado pelo fato da empresa de transportes ter nascido em terras capixabas.

Ao lado de outros executivos do grupo, Piva se reuniu na ocasião com o governador Renato Casagrande e com gestores do Grupo Zurich Airport, que opera o Aeroporto de Vitória. Na época ele cravou que o primeiro voo da nova companhia para Vitória, disse que a data da operação inaugural era 1º de março de 2021, e ainda que a capital capixaba seria um hub nacional da companhia.

Além do início da operação por Vitória não ter se confirmado, a data de começo prevista também não se concretizou em função do processo de certificação. Agora, a previsão da empresa é que as operações comerciais se iniciem no dia 30 de junho. Já a venda das passagens começará nesta sexta-feira (21). No site da companhia, um marcador faz a contagem regressiva até a data.

Marcador no site da ITA faz contagem de tempo para início de venda das passagens
Marcador no site da ITA faz contagem de tempo para início de venda das passagens. (Reprodução/ITA)

À Exame, Sidnei Piva informou que os preços devem estar na média das companhias rivais, mas com um diferencial: não haverá cobrança pela marcação de assento ou despacho de bagagens com até 23 kg.

Ainda segundo Piva, por enquanto, a frota será formada apenas pelo Airbus A320 ceo – modelo que já é operado pela Latam no Brasil – com a configuração de 162 assentos. Também está previsto o uso do A319, modelo um pouco menor. Há duas aeronaves disponíveis, e o plano é chegar a dez até dezembro.

FALTA ÚLTIMO AVAL DA ANAC

A ITA foi criada no ano passado para ser um braço do grupo Itapemirim no transporte aéreo. No final de abril, a empresa recebeu o Certificado de Operador Aéreo (COA) da Anac.

Apesar da emissão do COA, para iniciar os voos a Itapemirim ainda precisa concluir a fase final de outorga da concessão — processo de verificação de regularidade jurídica e fiscal. Segundo informações da Anac, o processo de outorga ainda precisa passar pela aprovação da diretoria colegiada da Agência, antes de ser publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Somente após esse procedimento, que é de cunho burocrático, a ITA poderá iniciar voos comerciais. À reportagem, uma fonte que preferiu não ser identificada informou que esse procedimento ainda pode levar entre 30 dias e 45 dias, uma vez que as reuniões da diretoria acontecem, geralmente, a cada 15 dias. 

nova aérea nasce sob desconfiança do mercado, já que o Grupo Itapemirim, fundado por Camilo Cola em 1953, enfrenta desde 2016 um conturbado processo de recuperação judicial.

Naquele ano, a companhia entrou com o pedido na Justiça alegando ter R$ 336,49 milhões em dívidas trabalhistas e com fornecedores, além de R$ 1 bilhão em passivos tributários.

A família Cola, então, decidiu vender a empresa, junto de outros seis negócios do grupo (todos na recuperação judicial), para empresários de São Paulo. Após uma longa fase de discussão e um processo de briga entre os sócios capixabas e paulistas, o plano de recuperação foi homologado em 2019.

Esse plano aprovado pelos credores prevê que, para pagar as 1.480 pessoas físicas ou jurídicas com as quais o grupo tem dívidas, seriam realizados leilões de imóveis, veículos e linhas de ônibus da companhia.

A Gazeta questionou a Itapemirim sobre o andamento do processo e as rotas que serão ofertadas em Vitória, mas a empresa ainda não se manifestou. O texto será atualizado quando houver resposta.

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