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Investimento em ferrovia de MG pode triplicar chegada de carga no ES

Investimento em ferrovia de MG pode triplicar chegada de carga no ES

Casagrande quer acordo com os governos de Minas Gerais e de Goiás para resolver gargalo em linha férrea que atravessa a região central do país. Corredor logístico é estratégico para trazer mais grãos para os portos capixabas

Publicado em 24 de novembro de 2020 às 05:02

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Governador Renato Casagrande e a presidente da Findes, Cris Samorini, se reúnem com o governador de Goiás. Ronaldo Caiado
Governador Renato Casagrande e a presidente da Findes, Cris Samorini, se reuniram com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. (Divulgação/Secom-ES)

O governador Renato Casagrande vai pleitear juntamente dos governos de Minas Gerais e de Goiás um investimento de R$ 3 bilhões na Ferrovia Centro Atlântica (FCA) que poderá triplicar o volume de carga que chega ao Espírito Santo pelo transporte ferroviário a partir da região central do país. O pedido será feito ao governo federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). 

Nesta segunda-feira (23), Casagrande se encontrou com  os governadores Ronaldo Caiado, de Goiás, e Romeu Zena, de Minas Gerais, para dar prosseguimento às articulações que têm o objetivo de incluir esse investimento como uma contrapartida pela  renovação antecipada da concessão da ferrovia, hoje operada pela VLI, processo esse que já está tramitando.

“Sempre que tem a renovação antecipada, a empresa que recebe essa autorização para continuar com contrato apresenta um plano de investimentos para a ANTT. Nossa articulação é pra que parte desse investimento seja na própria FCA”, afirmou o governador Casagrande.

Essa ferrovia tem vários ramais, em diversos Estados brasileiros. Um dos mais importantes liga Goiás à Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde a malha se conecta com a da Estrada de Ferro Vitória a Minas, até o Espírito Santo. O conjunto dessas ferrovias é chamado de Corredor Centro-Leste.

Contudo, há um trecho problemático na Serra do Tigre, em Minas Gerais, onde a FCA foi construída passando por um terreno elevado, o que reduz a velocidade praticada pelas locomotivas e aumenta o consumo de combustível.

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Estamos pedindo que parte desses investimentos seja na Serra do Tigre, que é um gargalo que reduz muito o tempo médio de quilômetro por hora da ferrovia e limita a ampliação da capacidade em termo de quantidade de toneladas de transporte de grãos e outros produtos que vêm daquela região

Renato Casagrande
Governador do ES
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A proposta é que seja feito um contorno ferroviário de 360 quilômetros nessa região para resolver esse gargalo, permitindo assim que a rota até o Espírito Santo se torne mais atrativa para os produtores do Centro-Oeste do país, que hoje acabam optando pelo escoamento de grãos e fertilizantes em portos do Rio de Janeiro e São Paulo. A obra tem custo previsto de R$ 3 bilhões.

“A ferrovia fica muito mais competitiva, consegue transportar mais toneladas e por isso é importante esse investimento. Ele pode atrair novas cargas para o Estado e para os produtores de Goiás e Minas Gerais, agrícolas ou não, nossos portos são mais eficientes e poderiam importar ou exportar com um custo menor”, diz.

A expectativa do governo é de que, uma vez concluída a intervenção, o volume de cargas que chegam por ferrovias daquela região triplique, passando das atuais 10 milhões de toneladas para 31 milhões de toneladas por ano.

“É um corredor importante para o Brasil, não só para o Espírito Santo, Goiás e Minas. Temos o porto da Imetame, o porto da Codesa que vai ser privatizada e o Porto Central. São perspectivas portuárias importantes que permitem que a gente possa buscar esses investimentos”, afirmou o governador.

O plano de investimentos da FCA para manutenção da concessão deve ser apresentado em janeiro pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para consulta pública.

O Estado quer que haja uma proposta consolidada para que o contorno da Serra do Tigre seja incluído nesse plano através de negociação com a empresa concessionária ou, posteriormente, com acordos junto ao governo federal ou ao Tribunal de Contas da União.

Além do contorno ferroviário, o pleito de Minas e Espírito Santo é que a renovação da FCA também contemple investimentos na malha da estrada de ferro para aumentar a sua movimentação de cargas, como ramais que conectem a linha principal às regiões produtoras de grãos, e terminais de transbordo que permitam que a carga seja transferida entre linhas férreas de bitolas diferentes e também o carregamento por caminhões.

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