Jovem exibe diploma: formação profissional é importante para o mercado, segundo especialistas
Jovem exibe diploma: formação profissional é importante para o mercado, segundo especialistas. Crédito: Freepik

Diploma ou experiência: saiba o que empresas preferem ao contratar

O cargo oferecido e o tamanho da empresa vão direcionar o que será levado em conta na hora da contratação; saiba o que dizem os especialistas

Tempo de leitura: 3min
Vitória
Publicado em 05/02/2023 às 14h32

Muita coisa mudou nos últimos anos no mercado de trabalho, que está em constante evolução a partir do desenvolvimento tecnológico. Mas, mesmo com todas as transformações, um dilema ainda persiste na hora de definir a contratação de um profissional. O que é mais importante: ter diploma ou experiência?

Para a vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Espírito Santo (ABRH-ES), Fabíola Costa, a questão não tem uma resposta simples. Segundo ela, diploma e experiência são importantes, mas o que será levado em consideração depende da vaga e da empresa que está contratando.

“Se falarmos de startups, por exemplo, as experiências vão falar mais alto. Entretanto, em empresas tradicionais, com cargos e salários definidos, a formação terá um peso maior. O mercado também vai influenciar. Neste caso, com a necessidade de preenchimento de muitas vagas, as duas coisas serão avaliadas. Um bom exemplo é a área de tecnologia, onde os trabalhadores são contratados antes mesmo de se formar, porque a demanda por mão de obra é maior do que o número de profissionais disponíveis”, destaca.

Fabíola comenta que um candidato graduado ou ainda concluindo a graduação pode demonstrar valores semelhantes ao da empresa e ser considerado o "match perfeito". “Há várias questões que precisam ser analisadas na hora da contratação. Se o jovem é recém-formado, ainda não teve tempo para ter experiência profissional e o que vai contar é o diploma”, ressalta a vice-presidente da ABRH-ES.

Outro exemplo utilizado por Fabíola é de um profissional que tem entre 28 e 40 anos de idade. Ela explica que as pessoas nesta faixa etária têm condição de ter as duas coisas: diploma e experiência. Isso porque indivíduos mais maduros têm equilíbrio e harmonia entre as duas exigências. A situação pode ocorrer, por exemplo, em vagas menos operacionais e mais estratégicas.

Fabíola Costa

Vice-presidente da ABRH-ES

"Na hora de uma entrevista, o comportamento, os valores da pessoa e o perfil também serão decisivos. Tudo vai depender da análise de cada empresa. Cada período da carreira tem algo que as organizações vão exigir"

Para os trabalhadores com mais de 50 anos, a experiência vai falar mais alto. “Este é um movimento que está acontecendo no mercado. Hoje em dia se fala muito na contratação de pessoas com mais de 50 anos. Isso não quer dizer que a faculdade não seja importante, mas, seguramente, na hora de contratar as atenções serão voltadas para as vivência que este profissional teve na carreira”, salienta.

Na opinião da psicóloga e membro do Comitê de Conteúdo Qualificado de Carreira, RH, Governança, Riscos & Compliance do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES), Gisélia Freitas, um diploma pode ajudar a abrir portas no mercado. Mas o que sustenta um profissional dentro de uma instituição, o que mantém a empregabilidade, é a parte técnica, ou seja, a competência e sua experiência.

Segundo ela, o repertório profissional acumulado faz com que esse profissional adquira certas habilidades técnicas que nenhum diploma é capaz de contornar.

“Diploma é importante, estudo é importante e você realmente precisa ter conhecimentos para progredir na carreira. Mas se não souber usar tais conhecimentos de nada adianta. Por isso que muitas empresas mantêm profissionais mais maduros, de outras gerações, que já têm um conhecimento profissional”, pontua Gisélia.

Ela diz ainda que a pandemia mostrou que nem só ter diploma resolveu a maioria das questões que afundaram muitas empresas. “A experiência dos mais maduros e dos mais experientes diante de um cenário de crise é valiosa. As duas coisas precisam andar juntas: diploma e experiência. Mas, em momentos conflitantes, a experiência ajuda muito uma organização", argumenta.

A consultora, mentora e comentarista da CBN, Andréa de Almeida Salsa, lembra que a Educação, do ponto de vista de aprendizagem e formação para as empresas, continua sendo muito valiosa. Por isso, a escolha pela instituição de ensino deve ser criteriosa.

“Quando investimos em uma formação — graduação, pós-graduação ou qualquer outro tipo de curso —, precisamos entender exatamente o que a gente vai aprender nesse ambiente. Se não instrumentalizar de forma objetiva para o mercado, estamos gastando tempo e dinheiro em vão. As empresas estão interessadas no que você é capaz de fazer. A escolha da formação precisa ser criteriosas para que realmente traga um conhecimento prático e aprimore a capacidade de demonstrar isso para organização”, observa.

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