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Casa própria, empréstimo e investimento: o que muda com a queda da Selic

Casa própria, empréstimo e investimento: o que muda com a queda da Selic

Taxa de juros sofreu novo corte e segue sendo a menor da história. Mas afinal de contas, o que é Selic? O que isso impacta na minha vida? Entenda no ponto a ponto

Publicado em 31 de outubro de 2019 às 07:54

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Como já era esperado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu mais uma vez a taxa básica de juros da economia. Com o corte de 5,5% para 5% ao ano, anunciado nesta quarta-feira (30), a Selic, que já vem em um ciclo de cortes neste ano após período de 16 meses de estabilidade (mas já com a taxa baixa, em 6%), mantém-se  como a menor da história.

Mas sendo práticos e trocando em miúdos: o que isso impacta na sua vida? Já adiantamos, muita coisa. Mas, antes disso, assista ao vídeo rápido acima e entenda em 1 minuto o que é a Selic.

Da compra da casa própria ou de um veículo até a rentabilidade de aplicações financeiras, passando pelo estímulo aos investimentos e na criação de empregos. Confira no ponto a ponto os principais impactos da nova queda da Selic para as pessoas e para a economia brasileira:

PRESTAÇÃO DA CASA PRÓPRIA

Entre as principais mudanças, a nova Selic vai pressionar a redução, por bancos, das taxas de juros nas prestações para compra da casa própria. O financiamento imobiliário normalmente é uma das linhas de crédito que mais rapidamente é impactada por cortes da Selic.

Os primeiros cortes, aliás, já foram anunciados ainda nesta quarta. Caixa e Banco do Brasil já disseram que vão reduzir suas taxas de juros imobiliários com a revisão da Selic. Outros bancos devem fazer o mesmo movimento nos próximos dias.

Chave da casa própria: compra de imóvel com juros menores. (Freepik)

Com os juros da casa própria mais baratos, as prestações acabam ficando mais em conta e, com isso, mais famílias conseguem comprar um imóvel.

O efeito gera um ciclo positivo para ao setor de construção, um dos que mais emprega no país: mais gente comprando imóveis faz as construtoras investirem mais em novas unidades e, com isso, criarem mais empregos.

EMPRÉSTIMOS E OUTRAS LINHAS DE CRÉDITO

O corte da Selic também deve refletir no curto na revisão das taxas de empréstimos para pessoas físicas, financiamento de veículos, e linhas de crédito para o agronegócio.

No médio prazo, a expectativa é que as revisões cheguem ainda a produtos como o cheque especial e o cartão de crédito.

CRÉDITO MAIS BARATO PARA EMPRESAS

A redução deve chegar ainda nos juros para pessoas jurídicas. As empresas, assim, conseguirão empréstimos de forma mais barata, estimulando novos projetos e investimentos.

Deve ficar mais fácil para as empresas obterem crédito bancário e também financiamento via mercado de capitais - através da emissão de títulos como debêntures ou de ações negociadas em Bolsa.

A queda de juros também tem força para aumentar a atração de investidores para financiar as empresas.

RENTABILIDADE DE APLICAÇÕES E INVESTIMENTOS MUDA

Um impacto direto da queda da Selic será para quem tem investimentos e aplicações no mercado financeiro. Acontece que muitos ativos populares, principalmente os de renda fixa (que possuem baixo risco), com ganhos atrelados à Selic, vão sofrer ainda mais com a redução na rentabilidade.

Para não perder dinheiro insistindo nessas aplicações, que terão o retorno cada vez mais achatado, a sugestão dos especialistas é que os investidores saiam da zona de conforto e encarem ativos de maior risco, como ações em Bolsa, por exemplo.

Bolsa de valores: investimento de alto risco. (Marivaldo Oliveira/AE)

Ou seja, fica sendo um mal negócio alguns títulos de renda fixa de curto prazo, como títulos do Tesouro - que na maioria dos casos passam a ter rentabilidade inferior até mesmo que a poupança.

Alguns ativos passam a ser os mais recomendados. Na renda fixa, debêntures e títulos públicos atrelados à inflação podem ser uma boa saída. Já na renda variável, onde há maior risco, os investimentos mais indicados são fundos imobiliários, de ações e multimercados. Isso além do investimento queridinho de 2019, as ações em Bolsa, que tem batido sucessivos recordes neste ano.

INCENTIVO PARA RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA

A redução da Selic é positiva como um todo. Como o estímulo ao consumo - na compra de imóveis e de veículos, por exemplo - através de taxas de juros menores, as empresas terão que aumentar a produção e contratar mais.

Esse ciclo virtuoso pode ajudar na recuperação da economia brasileira, que depois da recessão de 2016 e 2017 ainda segue lenta, quase parando. Qualquer incentivo, numa hora dessas, é muito bem vindo.

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